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MIGRAÇÃO

Tartarugas marcadas no litoral da Bahia e de São Paulo há mais de dez anos são registradas em Fernando de Noronha para desovar

Registros são inéditos em 45 anos de projeto Tamar. Primeiro caso foi de animal marcado em 2010, na Praia do Forte (BA); enquanto segunda ocorrência foi fêmea marcada em 2001 em Ubatuba (SP).

10 de maio de 2025
Ana Clara Marinho
3 min. de leitura
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Tartaruga marcada em Ubatuba desovou na Praia da Quixaba, em Fernando de Noronha. Foto: Buday Santos/Projeto Tamar

A Fundação Projeto Tamar fez duas recapturas de tartarugas marinhas nesta temporada reprodutiva 2024/2025. As fêmeas foram marcadas, inicialmente, longe de Fernando de Noronha , em Ubatuba (SP) e na Praia do Forte (BA). Os registros são inéditos em 45 anos de trabalho na ilha. As tartarugas-verdes (Chelonia mydas) foram identificadas desovando.

A primeira recaptura foi feita no início desta temporada, em dezembro do ano passado, com um animal que havia sido encontrado na Praia do Forte, em 2010. A segunda recaptura aconteceu no mês de abril, uma fêmea marcada em Ubatuba, em 2001, que fez a desova em Noronha.

A tartaruga encontrada na fase juvenil na Bahia colocou os ninhos na Praia do Leão. Já a fêmea que foi marcada em São Paulo desovou na Praia da Quixaba.

A Praia do Forte está a distância de 1.147 Km da ilha, enquanto Ubatuba está a 2.565 Km de Fernando de Noronha. Os pesquisadores comemoraram a identificação dos animais, que estavam na área de alimentação na juventude e retornaram à ilha, na fase adulta, para colocar os ovos.

“Esses animais nasceram em Fernando de Noronha e buscaram outros locais para alimentação. Isso confirma que as tartarugas-verdes são migratórias e retornam ao local de nascimento para fazer os ninhos. As recapturas são um marco; é recompensador para nosso trabalho”, declarou a coordenadora do Projeto Tamar, Rafaely Ventura.

A pesquisadora também exaltou a eficiência das marcas de identificação. “Os registros comprovam que o método de marcação é eficaz; a durabilidade das marcas é muito boa. Uma marca tem 14 anos e outra 24 anos. Isso é importante”, avaliou Rafaely Ventura.

A coordenadora do Tamar disse ainda que os registros também comprovam os resultados positivos das mais de quatro décadas das atividades de preservação do Projeto Tamar. “É a lei do retorno para nosso trabalho e para as tartarugas, literalmente”, falou Rafaely.

Temporada recorde

A temporada 2024/2025 de reprodução das tartarugas marinhas só deve terminar no final de junho, mas já bateu todos os recordes. O maior número de ninhos identificados anteriormente foi em 2022/2023, quando foram registrados 430 ninhos. Nesta temporada o número de desovas já passou de 700 ninhos.

“Estamos com um recorde, devemos chegar aos 800 ninhos até o final da temporada. Nós trabalhamos felizes com os resultados”, comemorou Rafaely Ventura.

Fonte: G1

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