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VONTADE DE VIVER

Tartarugas-de-gopher encontram novo lar na costa da Flórida após jornada surpreendente para fugir do furacão Helene

8 de abril de 2025
2 min. de leitura
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Foto: AP

Dezenas de tartarugas-gopher, espécie vulnerável e essencial para o equilíbrio ambiental, sobreviveram a uma travessia dramática pelo mar após serem arrancadas de seu habitat pelo furacão Helene, em setembro do ano passado. Agora, elas não apenas se adaptaram a um novo território no Parque Municipal de Fort De Soto, perto de São Petersburgo, mas também estão ajudando a revitalizar a vida selvagem local.

Antes da tempestade, apenas oito tartarugas da espécie viviam na área. Um levantamento recente, no entanto, registrou 84 tocas ativas – um salto surpreendente que demonstra a resiliência desses répteis. Os animais foram levados pela força do furacão categoria 4 desde o Refúgio Nacional de Vida Selvagem de Egmont Key, uma ilha a mais de três quilômetros dali, onde viviam originalmente.

Tartarugas-gopher não são boas nadadoras, e muitas não resistiram à travessia violenta. Pelo menos 40 foram encontradas mortas nas praias. As sobreviventes, no entanto, foram arrastadas pelas correntes até Fort De Soto, onde encontraram um ambiente propício para recomeçar.

“Foi pura sorte que elas tenham chegado aqui e não no mar aberto ou em praias urbanizadas, onde não teriam chance”, disse Anna Yu, guarda-florestal responsável pelo monitoramento dos animais. “Poderia ter sido muito diferente para elas.”

Além de atrair a curiosidade de visitantes, as tartarugas trouxeram benefícios concretos ao parque de 445 hectares. Como espécie-chave, suas tocas servem de abrigo para cerca de 250 outras espécies, incluindo cobras-diamante-orientais, cobras-corredoras-pretas e até mesmo sapos-gopher, que não eram vistos no local desde 2016.

“Elas estão revitalizando toda a cadeia ecológica”, explicou Yu. “Com mais tocas disponíveis, outras espécies ameaçadas podem retornar, aumentando a biodiversidade da região.”

As tartarugas demonstraram comportamentos fascinantes após o trauma da tempestade. Muitas cavaram tocas em áreas mais elevadas, além da linha de maré atingida pelo furacão – um indício de que buscaram proteção instintiva contra futuros desastres.

Algumas já foram flagradas em rituais de acasalamento, um sinal promissor de que uma nova geração pode em breve fortalecer a população local. “Conseguir se reproduzir é um indicador de que estão se adaptando bem”, destacou Yu.

A chegada das tartarugas-gopher a Fort De Soto representa mais do que uma história de sobrevivência – é um fenômeno ambiental raro, que reforça a importância da preservação de habitats naturais.

“Queremos que este parque continue sendo um santuário para a vida selvagem”, afirmou Yu. “Essa é uma história positiva, mas também um lembrete crucial: a natureza se recupera quando temos respeito por ela.”

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