Nas margens do Rio Araguaia, em Goiás, uma tartaruga virou símbolo da importância da preservação.
A espécie estava ameaçada de desaparecer, mas o esforço de biólogos e moradores mudou a situação.
O movimento na areia é sinal de que há vida. O filhote aos poucos deixa o ninho, é veloz e só precisa de uma paradinha para se localizar.
É grande a vontade de chegar até o rio. A cena só não desapareceu do Araguaia, em Goiás, por causa de um projeto de preservação da tartaruga da amazônia. A caça foi proibida. O acesso às praias em período de desova passou a ser limitado. No final de 2010 apareceram os primeiros resultados.
“Para se ter uma ideia, teve um ano em que nós tivemos 52 desovas. Aí melhorou, nós fomos para 1,2 mil. O ano passado foram 465 e, neste ano, pretendemos chegar quase 3 mil fêmeas nessa região. Nesses últimos dez anos é a maior quantidade de desova na região”, avisa o chefe da Unidade de Conservação, José Cambuim.
Durante dois meses as fêmeas depositaram 300 mil ovos. O trabalho até ficou difícil para os biólogos do Instituto Chico Mendes de Conservação.
É uma corrida contra o tempo. Em muitos casos as tartarugas precisam de ajuda para sair do ninho porque, no fundo dele, a areia já está molhada e nem todas têm força suficiente para sair até a superfície. Mas essa é só a primeira etapa da luta pela sobrevivência.
Por causa dos predadores naturais, os biólogos estimam que apenas 10% dos filhotes vão chegar à fase adulta. E mesmo assim é preciso proteger essa população. Muitos são soltos em lagos, que oferecem menos perigo, ou ficam numa espécie de berçário para aumentar a força.
“Se esse trabalho não existisse, elas sem dúvida já estariam ameaçadas de extinção porque a tartaruga da amazônia é um animal dependente de conservação. Então, essas ações de conservação têm que estar acontecendo sempre para que essas populações naturais estejam estáveis”, afirma a bióloga Ana Paula Lustosa.
Fonte: Olhar Direto