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AMAPÁ

Tartaruga-verde encontrada presa em rede de pesca é devolvida ao oceano

22 de janeiro de 2025
3 min. de leitura
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Foto: Iepa/Divulgação

Um pescador do município de Calçoene, na costa do Amapá, resgatou uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) que se prendeu em uma rede de pesca na praia do Goiabal. Ele cuidou do animal até a chegada dos profissionais do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa).

O emalhe – como é conhecido o acidente – aconteceu na segunda-feira (20). Já a devolução do animal para o mar foi nessa terça-feira (21). A ação faz parte do Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos (PCMC), que monitora encalhes de animais na costa do Amapá e demais estados que compõem a Margem Equatorial brasileira.

De acordo com o Iepa, os profissionais foram acionados por meio do disque encalhe. O pescador informou que às 5h, quando foi retirar os peixes da rede na Praia do Goiabal, encontrou a tartaruga presa.

“Fui buscar os peixes às 5h da manhã e ela tava lá engatada na rede, aí eu trouxe ela no balde.” disse o pescador, identificado como Bicudinho.

O que é o disque encalhe? os trabalhos consistem no atendimento a partir de um chamado, com isso a equipe se desloca para o local e realiza o resgate.

📱 Entre em contato pelos números: (96) 99116-3712 e (96) 99206-3344.

A tartaruga tinha 44cm de comprimento do casco e 32cm de largura. Antes da equipe chegar, o pescador manteve o animal numa bacia com água.

O médico veterinário Luiz Sabioni, um dos responsáveis pelo projeto, destaca que para garantir o bem-estar do animal é importante que a devolução ao mar seja feita por especialistas.

“Temos que avaliar se está ferido, porque esse animal vai precisar passar por um tratamento antes de voltar, porque pode infeccionar […] A gente avalia o casco, também, se está muito sujo. Se o animal estiver muito parado, mal apresentar reações, pode ser um sinal de que não é o momento de reintroduzir ele”, explicou Sabioni.

A tartaruga foi devolvida ao oceano por volta das 5h da manhã desta terça-feira, durante a maré baixa. O horário e a maré foram escolhidos pensando em evitar um novo emalhe, como explica o cientista ambiental Roginey Silva.

“Neste momento, a maré está bastante seca, distante das redes de pesca. Isso diminui a possibilidade da tartaruga voltar a encalhar na praia ou se emalhar acidentalmente”, detalhou Silva.

Sobre o PCMC

O Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos (PCMC) busca analisar encalhes de baleias, botos e golfinhos.

Em 2024, iniciou-se uma pesquisa sísmica entre as bacias do Pará-Maranhão e Foz do Amazonas. Ela é utilizada para detectar possíveis reservas de petróleo na região por meio da emissão de ondas sonoras no oceano.

O projeto busca fiscalizar se essa pesquisa tem relação com os encalhes, já que os cetáceos possuem um sistema auditivo complexo e fundamental para comunicação e orientação desses animais.

A execução do Projeto é uma exigência estabelecida no processo de licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama.

Fonte: G1

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