Os funcionários do parque natural imediatamente relataram o incidente a técnicos do Centro de Recuperação, que rapidamente prosseguiram com o protocolo de resgate de espécies marinhas ameaçadas encalhadas na costa, papel que a CRAM desempenha devido ao contrato com o Departamento de Meio Ambiente.
Esta tartaruga, que mede 41 centímetros de comprimento e pesa 10,2 kg, é uma jovem que apareceu na costa com sinais claros de hipotermia e debilitação. Uma vez transferida para o Centro de Recuperação, a equipe de veterinários confirmou que a hipotermia foi uma das principais causas do encalhe do animal.
Embora a evolução do seu quadro clínico seja favorável, acreditam que a tartaruga deve permanecer sob observação e seu período de recuperação deve ser, pelo menos, até a primavera, quando as temperaturas voltam a ser adequadas para a reintrodução e o perfeito desenvolvimento do animal no mar. Considera-se necessário que a temperatura média da superfície do mar seja de pelo menos 18ºC.
É provável que a tempestade que está no país nos últimos dias tenha favorecido este acontecimento extraordinário.
A tartaruga-verde é uma das três espécies marinhas presentes no Mediterrâneo, junto com a tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) e a tartaruga-grande-de-couro (Dermochelis couro). A população desta espécie no Mediterrâneo é muito baixa, cerca de 200 ou 300 fêmeas poedeiras. Sua presença no Mediterrâneo Ocidental é muito rara, pois geralmente está localizado no Oriente, onde as águas são mais quentes. Tudo isso faz com que o resgate deste animal tenha um grande valor para CRAM.
Estamos diante de um peculiar encalhe sem precedentes na costa mediterrânea catalã. Nos 15 anos de resgates e ações de recuperação da Fundação CRAM, é a segunda vez que um exemplar de tartaruga-verde é resgatado. No entanto, o exemplar anterior foi encontrado morto em 2004.
A Fundação CRAM é responsável pela assistência das espécies marinhas ameaçadas encalhadas na costa catalã, por responsabilidade do Ministério do Ambiente do Governo desde 1991, atendendo as chamadas decorrentes do número de emergência (112). Além das tarefas de recuperação, a Fundação CRAM desenvolve diversas linhas de trabalho em conservação e pesquisa, além de promover a sensibilização e educação sobre o ambiente marinho.
Com informações de Jornal Galícia