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Tamanduá-bandeira sofre com queimadas na região de São José do Rio Preto (SP)

26 de agosto de 2011
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Tamanduá adulto é encontrado com as ponteiras das patas destruídas pelo fogo; animal recebe tratamento no Hospital Veterinário de São José do Rio Preto (SP). Foto: Ellen Lima/UOL

O tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), espécie natural da fauna brasileira na lista de animais em extinção, tem sido vítima das queimadas na região de São José do Rio Preto (438 km de São Paulo).

“O tamanduá sofre com as queimadas porque é lento, pesado, peludo e não foge do fogo. Ele briga com as chamas em vez de correr, e quando foge é atropelado nas rodovias”, informou o tenente Alessandro Daleck, da Polícia Ambiental de São José do Rio Preto.

O período da seca no interior de São Paulo vai de junho a setembro. De acordo com a Polícia Ambiental, os animais utilizam os canaviais como corredor, abrigo e até para ninhos e moradia, e quando há queimadas eles acabam se ferindo ou morrendo.

Os feridos são levados para o hospital universitário da Unirp (Centro Universitário de São José do Rio Preto), único que oferece atendimento a animais oriundos de cerca de 50 municípios da região noroeste do Estado.

Há casos graves, como o do tamanduá-bandeira que chegou sem as pontas das quatro patas, consumidas pelo fogo, e de outro, cego e com a face queimada pelo calor das chamas. “Normalmente, nos casos mais graves sacrificamos o animal para evitar sofrimento”, disse a veterinária chefe do hospital, Tatiana Cruvinel.

Outros animais

Em 2010, quando o Brasil registrou a pior seca dos últimos dez anos, o hospital chegou a ter 77 animais internados num mesmo mês. Hoje são apenas sete. Além dos tamanduás também são vítimas os veados-catingueiros, tatus, pacas, gatos-do-mato e lobos-guará. Dos que chegam, 10% são queimados, 85% são atropelados e 5% são filhotes.

O tamanduá-bandeira, apesar de não ter predador, já está extinto na região de Ribeirão Preto e caminha rapidamente para a extinção em São José do Rio Preto, de acordo com a Polícia Ambiental. “Nem a onça ataca o tamanduá porque tem medo de suas garras, seu único predador é o homem”, disse Tatiana.

A Polícia Ambiental informou que este ano o volume de animais resgatados caiu muito. Foram oito, de junho a agosto. Eles atribuem a queda às multas aplicadas em 2010, quando as usinas sucroalcooleiras pagaram R$10 milhões em multas por causa de queimadas irregulares.

“Temos informação de que as usinas colocaram os cortadores de cana para sumir com os animais mortos este ano”, informou o tenente Daleck. Este ano, a Polícia visitou todas as usinas da região de Rio Preto, quinze no total, para orientar sobre as queimadas e evitar as tragédias na natureza provocadas pelo fogo nos canaviais.

Fonte: UOL

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