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NOVAS PANDEMIAS

Tailândia é o maior centro do tráfico de animais selvagens no mundo

5 de junho de 2021
Luna Mayra Fraga Cury Freitas | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

A Tailândia está intensificando os esforços para conter o comércio de animais selvagens para ajudar a reduzir o risco de futuras pandemias, disseram as autoridades, embora não tenham deixado claro se isso significaria o fim de todas as vendas de espécies exóticas no local que é o maior centro do tráfico de animais selvagens no mundo.

O governo pretende tornar a Tailândia “livre do comércio legal de produtos silvestres” ao mesmo tempo em que combate o tráfico ilegal de animais selvagens, disse o Ministro de Recursos Naturais e Meio Ambiente do país, Waravut Silpa-archa, na quinta-feira.

Enquanto falava sobre os locais já conhecidos desta atividade, Silpa-archa e outros funcionários disseram que a pandemia elevou a urgência de se interromper a cadeia de suprimentos de vida selvagem e carne de caça, já que se acredita ser este um fator-chave na disseminação do Covid-19, ebola e outras doenças.

O lema da campanha, disse ele, é: “Impeçam doenças e extinções: nunca coma, compre, cace ou venda animais silvestres”.

Considerando que o ministro fez suas observações remotamente, não foi possível perguntar se as autoridades planejam fechar mercados que ainda vendem várias espécies exóticas, localizados, inclusive, no centro de Bangkok.

Alguns mercados estão fechados, pelo menos por ora, enquanto a Tailândia enfrenta sua pior onda de surtos de coronavírus desde que a pandemia começou.

O primeiro caso fora da China apareceu em Bangkok, mas o número de infecções permaneceu baixo até abril deste ano, quando os casos aumentaram apesar das rigorosas quarentenas para as pessoas que entram no país.

As autoridades, por sua vez, estão voltando sua atenção para a prevenção de crises futuras ligadas à disseminação de doenças como a Covid-19 que segundo se acredita, são espalhadas de animais para
humanos.

A Tailândia tem um dos regimes de implementação de normas mais fortes da região, pelo menos no papel.

A multa mínima para o tráfico de espécies protegidas é de 9.000 dólares americanos, juntamente com a pena de prisão de mais de 10 anos, disse Silpa-archa em um seminário organizado pelo grupo anti-tráfico Freeland no Foreign Correspondents Club da Tailândia.

Ao mesmo tempo, a destruição de habitats está forçando animais e pessoas a se aproximarem cada vez mais.

A caça é um problema significativo e a demanda por algumas espécies, especialmente vinda da China, é um fator-chave que impulsiona o comércio da animais silvestres.

“É vital combater a venda e o consumo de animais silvestres em alto risco de extinção, pois esta cadeia de suprimentos é a fonte de grande risco de doenças zoonóticas. Precisamos parar a cadeia de suprimentos”, disse o ministro. “A melhor maneira de acabar com o comércio ilegal de animais selvagens é quebrar sua cadeia de suprimentos.”

Acredita-se que o coronavírus que causa a Covid-19 tenha surgido através de morcegos selvagens ou outras espécies, embora as origens exatas da doença, que se espalhou da cidade central chinesa de Wuhan no início de 2020, sejam objeto de intenso debate.

No mês passado, a Organização Mundial da Saúde emitiu diretrizes com observações de que os mercados de estilo tradicional, quando bem administrados, são seguros, no entanto, surgem problemas quando animais vivos, especialmente animais selvagens “que não podem ser devidamente avaliados para potenciais riscos à saúde”, são vendidos e abatidos em áreas abertas ao público.

Manter esses animais em gaiolas e matar e preparar a carne nas mesmas áreas aumenta o risco de contaminação com sangue, fezes e outros resíduos, disse ele.

“Esses ambientes oferecem a oportunidade para que vírus animais, incluindo coronavírus, se alastrem e sejam transmitidos para novos hospedeiros, incluindo humanos”, disse a OMS.

O fim do comércio de animais selvagens é um passo vital para prevenir tais crises, disse Pimpavadee Phaholyothin, CEO do World Wildlife Fund-Tailândia.

“A lógica é realmente proteger a saúde humana devido ao risco muito alto de contaminação entre espécies”, disse ela.

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