A 2ª Vara Criminal do Gama decidiu revogar a prisão preventiva do psicólogo Pablo Stuart Fernandes Carvalho, suspeito de torturar e matar mais de 20 gatos no Distrito Federal. Preso desde março deste ano, Pablo agora responderá ao processo em liberdade, após a Justiça acatar um novo pedido de habeas corpus ontem (30/10).
A revogação da prisão ocorre mesmo diante da gravidade dos relatos que chocaram o país. Segundo as investigações, todos os gatos adotados pelo suspeito tinham pelagem cinza e rajada, e quase todos teriam sido mortos de forma violenta. Áudios e testemunhos de vizinhos indicam que os animais eram agredidos, jogados contra paredes e submetidos a banhos forçados enquanto o suspeito gritava insultos, um cenário descrito como de extrema crueldade e sofrimento.
O caso veio à tona em março, quando o portal Metrópoles revelou que Pablo buscava protetores de animais para adotar gatos, alegando posteriormente que haviam desaparecido, um ciclo que se repetiu por meses, resultando em mais de 20 adoções e, segundo a polícia, em múltiplas mortes. Apenas um dos gatinhos chegou a ser resgatado com vida por uma das cuidadoras.
Apesar do histórico de violência atribuído a ele, a Justiça entendeu que não há necessidade de manter a prisão preventiva até o julgamento final. Para o movimento de proteção animal, a decisão mostra as falhas estruturais na responsabilização por crimes de maus-tratos e reforça a sensação de impunidade.
O suspeito já foi ouvido em duas audiências, em setembro e outubro, e aguarda o resultado do julgamento, previsto para ser realizado até o fim de novembro. Enquanto isso, segue em liberdade.
Até lá, a sociedade, e em especial a comunidade de proteção animal, permanece apreensiva, questionando se a Justiça, no desfecho final, dará o devido peso ao sofrimento infligido a estas vítimas.