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Suspeita de maus-tratos em pet shop é investigada após morte de cão

1 de abril de 2014
3 min. de leitura
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Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

A morte controversa de uma cadela após um tratamento estético em uma pet shop de Ijuí, no Noroeste do Rio Grande do Sul, levou a Polícia Civil a instaurar inquérito para apurar suspeitas de maus-tratos. Segundo o tutor do animal e veterinários de uma clínica do município, foram constatadas lesões no pescoço e traumatismos no animal, logo depois de ele receber um banho no estabelecimento, na última sexta-feira (28).

Horas antes da morte, o tutor da cadela, o servidor público Moacir Lucas Damian, de 32 anos, foi comunicado, via telefone, pela pet shop que seu animal, chamado de Cyndi, estava desmaiado, sob circunstâncias desconhecidas. Na ligação, Damian relatou que o cão teria problemas cardíacos, o que levou o estabelecimento a concluir a existência de relação do histórico com o desmaio. Depois da morte, no entanto, uma nova versão foi apresentada: o cão teria sofrido uma queda após tentar morder o funcionário que aplicava o banho no animal.

De acordo com o boletim de ocorrência registrado na polícia, a cadela ficou desacordada durante o tratamento estético e foi conduzida pela dona da pet shop até uma clínica para animais. No local, ela foi atendida pela veterinária Taís Júlia Sala. Ela detalhou ao G1 que o quadro do animal indicava, aparentemente, que apenas uma queda brusca, um atropelamento ou uma agressão poderia ter originado as lesões no animal.

“Quando o cão chegou, ele apresentava uma lesão neurológica, não sentia as patinhas, e estava com o pescoço torto por lesão neurológica. A gente estabilizou ele com medicações. Fizemos raio x pra saber se houve lesões mais graves. Haverá um laudo, que ainda não foi concluído. Mas não havia sinais de cardiopatia. Houve traumatismo”, explicou.

Segundo a delegada interina da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Ijuí, Jocelaine Francisca de Aguiar, as suspeitas de maus-tratos se baseiam nos testemunhos e nos exames feitos na clínica veterinária para onde o animal foi levado pela própria pet shop. “Instauramos um procedimento policial para apurar as circunstâncias do fato. Pretendemos ouvir a proprietária ainda nesta semana”, disse ela.

Procurada pelo G1, a pet shop informou que a proprietária do local “lamentava o ocorrido” e estava abalada pela morte do animal, provocada, segundo o estabelecimento, pela queda brusca do animal de uma maca. A altura, segundo um advogado da loja, que pediu para não ser identificado, era de menos de 1,5 metro.

Representantes da pet shop relataram que o cão teria tentado atacar um funcionário antes de cair. Ressaltaram ainda que o animal teria problemas cardíacos, mas o fato não foi informado pelo tutor. De acordo com a pet shop, o funcionário que aplicou o banho não voltou mais ao trabalho desde então.

Tutor da cadela, Damien contou que a morte traumatizou a família. “É terrível. Minha mulher não sabe o que fazer. A semana foi terrível. Não temos chão. Nunca imaginamos que um animalzinho fosse fazer tanta falta”, afirmou. Ele pretende ingressar na Justiça em busca de indenização.

Fonte: G1

 

 

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