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RIO DE JANEIRO

Suspeita de envenenamento: mais de 40 cães apresentaram mesmos sintomas na Barra da Tijuca; seis morreram

7 de junho de 2024
3 min. de leitura
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Foto: Arquivo

Moradores e veterinários do Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, acreditam que alguém esteja espalhando veneno em canteiros do bairro, causando a contaminação de animais. Desde o início de maio, mais de 40 cães deram entrada em clínicas veterinárias da região com os mesmos sintomas de intoxicação, sendo que pelo menos seis morreram.

A administradora Juliana Salinas foi uma das primeiras a perderem um cão com suspeita de envenenamento. A cadelinha Mel passou mal no dia 6 de maio e morreu no dia 8. Ela tinha 11 anos e foi adotada quando tinha 1, em São Conrado.

“Aqui no Jardim Oceânico tem muito cachorro. Quando a Mel passou mal, deu entrada na clínica com uma gastrite muito severa. Minha mãe relatou o que tinha acontecido em um dos grupos do bairro e descobriu que outros três cachorros tinham sido internados com os mesmos sintomas. Aí as passeadoras dos meus cachorros também relataram mais dois casos em outra clínica, e a veterinária da Mel disse que estava atendendo casos assim todos os dias. E isso foi no início do mês passado. De lá para cá, os relatos só aumentaram. Ela era minha paixão e, apesar de já ter certa idade, estava bem de saúde”, conta.

Juliana diz que o grupo de moradores suspeitava que a administração de um prédio específico estivesse colocando veneno para matar plantas e ratos e, acidentalmente, afetando os cachorros, porque os primeiros animais que passaram mal viviam e circulavam em um trecho do Jardim Oceânico entre as ruas John Kennedy e Ivone Cavaleiro. No entanto, começaram a surgir notícias de casos em outras ruas, rota de passeio de outros cães.

“A gente não sabe se é alguém querendo envenenar os cachorros mesmo ou se condomínios estão colocando veneno com outra intenção. Mas é preciso que parem. Será que só vão tomar uma medida quando acontecer algo com uma criança pequena?”, indaga a administradora, que não registrou queixa, mas ouviu relatos de vizinhos que afirmam ter denunciado a situação à polícia. “Como o caso da Mel foi no início e estou com um bebê recém-nascido, acabei deixando de lado. Não tinha certeza de que fosse algo dessa proporção”.

Atendendo no Jardim Oceânico há mais de 30 anos, a veterinária Andrea Marinho atesta que os casos de cães com sintomas de envenenamento só aumentam:

“O índice de internação aumentou muito e com a mesma sintomatologia, de doenças que não são infectocontagiosas. Os episódios começaram em maio e, conversando com outros veterinários que atuam na região, vimos que a situação é grave. Suspeitamos que tenham ocorrido entre 40 e 60 casos de envenenamento de cachorros no período de um mês, talvez até mais”.

O delegado Wellington Vieira, titular da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), que também trata de casos de maus-tratos a animais, diz que a unidade não recebeu registros de casos desse tipo no Jardim Oceânico e pede que os tutores procurem a delegacia para que uma investigação seja aberta. Segundo a Polícia Civil, a 16ªDP (Barra da Tijuca) também não tem registro de nenhum caso com essas características.

Fonte: O Globo

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