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Superintendência de Fortaleza tomará medidas contra o morte e abandono de gatos em parque

1 de setembro de 2010
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Ações educativas, mobilização para vacinação e esterilização, reforço na fiscalização para evitar novos abandonos e campanhas de adoção. Estas são algumas das medidas anunciadas, ontem, pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) para tentar conter o problema dos gatos que se multiplicam nas dependências do Parque do Cocó.

Dezenas de animais aglomeram-se sob as sombras das árvores do entorno do espaço público, à espera de água e comida colocadas diariamente por moradores da região (Foto: Thiago Gaspar)

O órgão convocou uma reunião com representantes de organizações de defesa dos animais depois que cerca de 50 felinos apareceram mortos nas últimas duas semanas. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria Executiva Regional (SER) II promete investigar o caso. “Queremos os corpos para investigar o motivo das mortes. Parece envenenamento”, acusou a veterinária do órgão, Lúcia Caminha. O contato dos gatos com os animais silvestres existentes na região pode ocasionar, segundo ela, o retorno da raiva urbana, já erradicada em Fortaleza.

Prejuízos

Para a gerente do Parque do Cocó, Flávia Prado, além das doenças, os gatos trazem outros danos, como o desequilíbrio ambiental. “É preciso perceber o Cocó como uma área protegida na forma de Unidade de Conservação e não como uma praça ou passeio público. Apesar de o abandono de animais ser crime inconcebível, em uma Unidade de Conservação os prejuízos para o ecossistema são mais graves”, comentou ela, que, durante a reunião, chamou os gatos de invasores e informou que o parque só tem responsabilidade de cuidar dos animais silvestres, e não dos domésticos.

A presença dos gatos – assim como a reclamação de alguns moradores do bairro e frequentadores do Cocó – não é nova. Entretanto, a recente matança pediu ações mais enérgicas da gerência do Parque, avaliou a militante animal Roseli Reis-Werg. Para ela, a fiscalização precisa aumentar. “Tem gente que chega aqui e bota veneno nas comidas. Muitos moradores não gostam dos gatos, mas isso não justifica o massacre. Tem uma lei que protege o gato e que proíbe o abandono. Aqui nas árvores tem muito mais comida que gato, faltam muitos deles. Sentimos a falta”, frisou.

De acordo com o Artigo 32 da Lei dos Crimes Ambientais (Lei Federal 9.605/98), praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, é crime com pena que pode variar de 3 meses a 1 ano de prisão e multa.

Os defensores dos gatos realizarão um ato de repúdio às mortes dos bichos, no próximo domingo, a partir das 9h, com concentração no sinal da Avenida Engenheiro Santana Junior.

 Fonte: Diário do Nordeste

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