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Suíços votam contra advogados dos animais

8 de março de 2010
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Imagem: Diário de Notícias

Antoine Goetschel vai continuar a ter uma profissão única na Suíça depois de não ser aprovada, em referendo, a criação do cargo de advogado dos animais nos 26 Estados da Suíça. O país, que tem uma das legislações mais protetoras do mundo, votou em massa (70,5%) contra a proposta, apresentada pela Proteção dos Animais, rendendo-se talvez ao argumento de que isso representa um desperdício do dinheiro dos contribuintes.

“Os suíços disseram claramente que as nossas leis de proteção dos animais são tão boas que não precisamos de advogados dos animais”, disse o deputado Jakob Buechler. A paixão dos suíços pelos animais é tal que o primeiro referendo no país, em 1893, aprovou a proibição do abate ritual praticado pelos judeus, segundo o jornal L’Hebdo.

A legislação que entrou em vigor em 2008 diz, por exemplo, que os peixes de aquário não podem ser lançados vivos nas privadas; que os animais “sociais”, como periquitos ou hamsters, têm que ter um parceiro na gaiola; que vacas e cavalos têm de fazer exercício regular fora dos estábulos; e que os tutores dos cães têm que fazer um curso sobre como cuidar deles.

Apesar de tudo, a lei não é cumprida. Só assim se explica que em Zurique, onde desde 1992 existem advogados dos animais, Goetschel tenha a seu cargo todos os anos cerca de 200 processos. Mas, nos outros Estados o número não ultrapassa a meia dúzia. Os defensores do “sim” viam na vitória uma forma de melhorar a aplicação da lei e de diminuir os casos de maus-tratos, de forma preventiva.

“Em caso de processos, as pessoas que são cruéis com os seus animais podem contratar um advogado, enquanto a vítima não tem ninguém que a defenda”, afirmou Goetschel, citado pelo Le Parisien. “Eu estou lá para isso, e se uma decisão não me satisfaz posso recorrer”.

Além de não contar com o apoio do governo, que apelou ao voto no “não” , os defensores dos animais enfrentavam ainda o lobby dos produtores de gado e leite.

Fonte: Diário de Notícias

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