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Suécia libera caça a famílias inteiras de lobos protegidos e gera críticas

3 de janeiro de 2025
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

A Suécia deu início a uma temporada de caça aos lobos considerada cruel e retrógrada por especialistas ambientais, com a autorização de mortes de 30 lobos, equivalendo a cinco famílias inteiras desses animais. A decisão, que visa reduzir pela metade a população da espécie no país, gerou críticas de ambientalistas e especialistas, que apontam possíveis violações às leis da União Europeia.

Atualmente, a população de lobos na Suécia é de 375 indivíduos, uma queda de quase 20% registrada entre 2022 e 2023, atribuída à intensificação da caça. Pela Convenção de Berna, espécies protegidas não podem ter suas populações reduzidas a níveis insustentáveis.

O governo sueco estabeleceu um novo mínimo de 170 lobos para o “status de conservação favorável”, abaixo do limite atual de 300. Ambientalistas alertam que a redução pode colocar em risco a sobrevivência da espécie, considerada ameaçada pela União Internacional para a Conservação da Natureza.

Essa decisão ocorre em meio a discussões na União Europeia sobre a flexibilização das regras de proteção aos lobos. Recentemente, a Convenção de Berna votou pela mudança do status do lobo de “estritamente protegido” para “protegido”, facilitando futuras alterações na diretiva de habitats. Essa medida, que entra em vigor em 2025, permitiria o aumento no número de mortes autorizadas.

Especialistas sugerem alternativas para lidar com os conflitos entre lobos e agricultores, como o uso de cercas elétricas para proteger o gado. Magnus Orrebrant, presidente da Associação de Carnívoros da Suécia, criticou tanto o governo sueco quanto a UE. “Reduzir a proteção dos lobos será negativo para toda a vida selvagem na Europa”, afirmou. Ele também acusou a Suécia de ignorar as leis de proteção desde 2010, ao permitir cotas anuais de caça.

Organizações como o Eurogroup for Animals ressaltam que os lobos estão sendo usados como peões políticos em um debate baseado em desinformação. “Reduzir sua proteção não resolve os desafios de convivência nem ajuda os agricultores”, disse Léa Badoz, representante do grupo. O The Guardian entrou em contato, mas a Agência de Proteção Ambiental da Suécia ainda não comentou o caso.

Fonte: Um Só Planeta

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