Karin Eriksson é uma professora de matemática e inglês. Ela mora no sul do país onde nasceu, a Suécia, em um vilarejo próximo às cidades Lund e Malmö. O seu país não participa da Copa do Mundo de 2014, mas não tem problema. Karin está aqui por um motivo bem diferente. Durante sua quinta visita ao Brasil, em 2005, a sueca fez questão de conhecer a Sociedade União Protetora dos Animais (Suipa), localizada no Rio de Janeiro. Apaixonada por animais, ela voltou à sua terra natal e criou a Fundação Lexia, uma associação para ajudar a Suipa financeiramente.
Em entrevista por email ao SRZD, Karin falou sobre a emoção de ajudar animais do outro lado do mundo e lamentou a atual situação da Suipa. A instituição vive em pé de guerra com a Justiça brasileira, que já chegou a determinar o bloqueio de suas contas. Comandada pela presidente Izabel Nascimento, a Suipa luta para não fechar as portas.
A Fundação Lexia foi criada em julho de 2005 e já arrecadou cerca de R$ 40 mil para a Suipa, investidos em medicamento e comida. Segundo Karin, a ideia de criar a associação não foi bem recebida pelos amigos, mas o amor pelos animais falou mais alto. “Me apaixonei imediatamente pelos ideais da Suipa, seu trabalho incrivelmente fantástico e os funcionários maravilhosos. Ao mesmo tempo sabia que amava o Brasil e que sempre queria voltar, então a escolha não foi difícil”, disse.
E valeu a pena. O trabalho pela Suipa acabou reconhecido. Karin foi nomeada como a “maior amiga dos animais” por uma revista sueca. “Meu maior sonho é ganhar a Mega-Sena para parar de trabalhar como professora e ajudar a Suipa ainda mais”, revelou.
A Suipa perdeu o título de utilidade pública federal e o certificado de filantropia, documentos que davam isenções fiscais à instituição. Karin afirmou ter “quase desmaiado” quando recebeu a notícia. Segundo ela, o trabalho realizado pelos funcionários da Suipa deveria ser recompensado pelo governo. “Desde 2005 eu tenho testemunhado o fantástico trabalho que a Suipa faz. Também tenho testemunhado muitos momentos conturbados quando não tinha dinheiro suficiente para pagar comida e o salário dos funcionários”.
“É um fato que a Suipa ajuda animais desde 1943 e esse trabalho é feito por pessoas que amam animais e nunca quiseram ganhar um centavo. O Brasil não pode se dar ao luxo de matar animais em troca de dinheiro. Eu espero sinceramente que alguém no Brasil perceba o quanto de bom é o trabalho que a Suipa fez e continua fazendo”, disse Karin.
Governo da Suécia é pouco atuante na defesa de animais
De acordo com Karin, na Suécia o problema de animais abandonados e abusados é grande, mas bem menor do que no Brasil. Apesar de achar que “a consciência sobre a situação de animais é muito boa e as leis contra abuso de animais são fortes”, ela considera o governo pouco atuante na política de proteção aos bichos. “Eles têm muitos planos fantásticos, mas não para os animais. Quem fala sobre os animais são as pessoas comuns e não os políticos”.
Fonte: Sidney Rezende