Em época de Páscoa, muitos cães acabam tendo acesso ao chocolate humano, seja pela oferta do próprio tutor ou porque eles dão um jeito de “roubar” um pedacinho da guloseima. Mas o que muitas pessoas não sabem é que no chocolate há uma substância tóxica para os animais, a teobromina, que pode causar sérios danos à saúde deles.
Geralmente, quanto mais escuro, puro e concentrado for o chocolate, ele apresentará mais teobromina e, consequentemente, maior será o risco de intoxicação do animal. O chocolate amargo, mais utilizado em confeitarias, por exemplo, possui em torno de 1,3 -5% da substância. “A dose tóxica para cães é em torno de 100-150 mg por kg, e a dose letal situa-se entre 250-500 mg por kg. A intoxicação vai depender muito da quantidade ingerida pelo cão”, explica a veterinária Carla Berl, diretora do Hospital Veterinário Pet Care.
As raças mais sensíveis à teobromina são as de pequeno e médio porte, pois a quantidade de chocolate em relação ao seu peso corporal será maior. “A intoxicação por chocolate também é mais comum em animais jovens e filhotes, pois sua curiosidade natural acaba fazendo com que grande quantidade de alimentos estranhos seja ingerida”, completa.
Sintomas de intoxicação: como proceder
Os principais sintomas clínicos que os cães apresentam são o vômito, diarreia, polidipsia (quando o cão bebe mais água do que o normal) e poliúria (quando urina mais do que normal), náuseas e arritmias cardíacas. Além desses, existem outros sinais, considerados mais graves, como convulsão e hemorragia intestinal, que podem ocorrer entre 12 e 24 horas após a ingestão do alimento.
A teobromina, quando em grandes quantidades no organismo do cão, pode ainda causar excitação, hipertensão moderada, ofegância, entre outros. “Os sintomas podem se iniciar em poucos minutos, até mesmo no dia seguinte. Isso irá variar de acordo com a sensibilidade do animal,” afirma a dra. Carla Maion, nutricionista animal.
O tratamento
Segundo a nutricionista, não existe um antídoto para a intoxicação com teobromina e o tratamento deve ser realizado de acordo com o sintoma apresentado pelo animal. “Se a ingestão for recente (até 3 horas), a indução ao vômito deve ser instituída, seguida de lavagem gástrica e hidratação,” explica.
Em casos mais graves, como convulsões, paradas cardiorrespiratórias e coma, que podem levar o animal a óbito, a intervenção do médico veterinário se faz necessária e é recomendada a internação.
Fonte: Jornal dia a dia