Cerca de 20 milhões de cães são perdidos pelos seus tutores todos os anos, 20% ou 4 milhões dos quais nunca chegam a regressar a casa. Foi com estes números em mente que em 2020 Rustam Sagdatulin criou a Petvisa, uma startup com o objetivo de “encontrar o maior número possível de animais de estimação e levá-los de volta a casa”, explica no website.
O russo de 33 anos marcou presença na Web Summit deste ano, que está a decorrer em Lisboa até quinta-feira, 14, e deu a conhecer a empresa e o seu propósito, que explicou ser totalmente direcionada para os cães. O CEO explicou que esta é “uma aplicação baseada em inteligência artificial”. É criado um “passaporte digital para os cães, facilitando a sua localização caso eles acabem por desaparecer”. De facto, Sagdatulin esclarece que, tal como os seres humanos têm “impressões digitais que são únicas”, também os cães as têm, mas “neste caso a ponta do nariz”. “Cada cão tem um padrão único na ponta do nariz que não se altera a partir dos dois meses de idade”. Recorrendo a estas impressões digitais, é possível “criar uma base de dados dos animais”, que facilita o processo de identificação, para que possam ser encontrados.
A Petvisa recorre à inteligência artificial e a processos de análise e reconhecimento de símbolos, imagem e linguagem online, que permitem encontrar informação sobre o cão desaparecido. Quando um tutor cujo animal desapareceu recorre à Petvisa, a empresa cria anúncios nos recursos mais populares online, maximizando a probabilidade de que seja cruzada informação e que o cão seja reconhecido e encontrado. A startup afirma que os seus serviços “são focados nos resultados”. Por isso, o pagamento é feito apenas depois de o cão ser devolvido ao seu tutor. “Não procuramos dinheiro, procuramos chamar a atenção para a situação dos animais de estimação e contribuir para o desenvolvimento de uma cultura amiga dos cães, cuja essência é criar condições de vida confortáveis para os cães e para os seus donos dentro da nossa comunidade”, diz Rustan.
O CEO afirma ainda que não existem “grandes dados” para possibilitar que os animais sejam encontrados. Refere os microchips, mas ressalva que “muitas vezes esses deixam de funcionar ou são retirados, se alguém quiser ficar com o animal”, e que “muitos não são ativados ou as pessoas simplesmente não fazem manutenção aos mesmos”. Declara que a proposta da Petvisa garante que as impressões digitais dos animais estão disponível “numa plataforma que está acessível em todo o mundo”, contrariando o cenário atual, em que “os próprios centros de acolhimentos ou veterinários não têm acesso a nenhuma base de dados”.
Fonte: Pets in Town