A empresa de tecnologia alimentar Perfeggt, de Berlim, desenvolveu um ovo vegano — que pode ser ainda melhor do que os ovos de origem animal. A alternativa líquida de base vegetal é formulada com feijões-fava e outras proteínas vegetais e lipídios, podendo ser fritada em uma frigideira assim como ovos mexidos ou omelete. O primeiro produto da Perfeggt lançará no começo de 2022 na Alemanha, Suécia, e Áustria, propagando-se ao longo da Europa posteriormente.
“Nós, na Perfeggt, oferecemos uma alternativa real a uma das proteínas de animal mais populares do mundo”, declara a CEO da Perfeggt, Tanja Bogumil. “Estamos mais que convencidos que já é hora de re-imaginar o ovos como parte de nossa dieta com proteínas vegetais e tecnologia direcionada por dados.”
A Perfeggt acredita que o mercado para alternativas a ovos permanece inexplorado, especialmente em comparação a outras áreas de produtos veganos como leite de aveia e carnes vegetais. Mais de 1.3 trilhões de ovos são consumidos anualmente em todo o mundo, 110 bilhões destes apenas na Europa. A Perfeggt busca aproveitar este enorme potencial de crescimento com seu ovo líquido vegano, ao mesmo tempo em que reconhece o desafio de recriar as características tradicionais dos ovos que conhecemos.
“Estamos cientes de que o sabor e a textura são pontos-chave. Por isso estamos dando máxima atenção à escolha de lipídios e proteínas à base de vegetais ideais para reproduzir as extremamente complexas características multifuncionais e versáteis de um ovo e seu sabor inconfundível”, declara o Diretor de Produtos da Perfeggt, Bernd Becker.
Na Perfeggt, Becker é o responsável pela criação de um ovo à base de vegetais com sabor, aparência e tato comparáveis aos de um ovo de galinha. Becker foi anteriormente o chefe de pesquisa e desenvolvimento da Rügenwalder Mühle, a líder de mercado alemã em alternativas vegetarianas e veganas às carnes tradicionais.
Mês passado, a Perfeggt fechou sua primeira rodada de financiamento de mais de 2.8 milhões de dólares em apoio ao seu produto desenvolvido sem uso de galinhas. Entre os patrocinadores, estão os principais investidores da indústria agroalimentar no mundo, como EVIG Group, Stray Dog Capital, E²JDJ, Tet Ventures, Good Seed Ventures, Sustainable Food Ventures e Shio Capital — alguns dos quais também foram os primeiros a investir em empresas globais como a marca de carne vegana Beyond Meat e a empresa de frutos do mar à base de plantas Good Catch.
O que há em um ovo vegano?
Outras empresas ao redor do mundo estiveram trabalhando na criação de alternativas a ovos usando proteínas vegetais — sem a necessidade de exploração animal. Em 2017, a empresa vegana Eat Just revelou seu JUST Egg baseado em feijão moyashi no cardápio de um restaurante em São Francisco, Califórnia. Agora, o JUST Egg pode ser encontrado praticamente em qualquer lugar, desde o cardápio de café da manhã dos hotéis Aloft nos Estados Unidos até barracas de rua na China. No setor varejista, o JUST Egg é distribuído em 24,000 pontos de venda e continua a se expandir ao longo da Europa e além.
A Nabati Foods, do Canadá, produz seus Plant Eggz com um processo pendente de patente utilizando um legume raro. O ovo vegano é feito de feijão tremoço e proteína de ervilha, e diferentemente de vários outros ovos veganos no mercado, não contém soja ou glúten.
Em Cingapura, a Float Foods recria ovos a partir de uma combinação de legumes. O OnlyEg da empresa, que estreará comercialmente ano que vem, é um ovo vegano inteiro que inclui tanto gema quanto clara utilizáveis em substituição os ovos de galinha em uma variedade de pratos.
E seguindo uma rota tecnológica completamente diferente, a EVERY Company lançou anteriormente este ano as primeiras claras de ovos do mundo feitas sem uso animal. Criado com tecnologia de fermentação de precisão, o ClearEgg, principal produto da startup, é o primeiro de uma leva de ovos produzidos sem uso animal que servem de acréscimo proteico de cor clara em produtos como suplementos, comidas e bebidas nutricionais.
Fermentação de precisão envolve a inserção de uma sequência de DNA que seria encontrada na proteína de ovo em fermento. O fermento, então, recebe açúcar que converte em proteína. O resultado final é uma proteína idêntica a ovos, livre de açúcar e organismos geneticamente modificados, feita sem o mínimo envolvimento de animais.