A cidade de São Paulo amanheceu com o céu coberto por um nevoeiro cinza. Moradores de diversos bairros relataram nas redes sociais sentir um cheiro de queimado em bairros da Zona Sul, Norte e Leste.
O que dizem os meteorologistas
Segundo Cesar Souto, meteorologista da Climatempo, não descarta a relação com o aumento do desmatamento da Amazônia, que registrou o segundo pior agosto da série histórica, conforme dados divulgados nesta semana pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“Dá para você um pouco de efeito da fumaça da Amazônia, principalmente em áreas de São Paulo que estiverem com o horizonte mais amarelado. Esse amarelado identifica, sim, a presença de fumaça de queimadas da Amazônia.”
Ainda de acordo com especialista, as áreas amareladas que aparecem em imagens de satélite não são formadas por nuvens, mas por fumaça das queimadas.
“É fumaça das queimadas. E ela avança em direção ao estado de SP. Então podemos, sim, estar tendo o efeito dessa fumaça em São Paulo e na Região Metropolitana. Só não tem como cravar que a fumaça é só isso”.
Ele destaca que pode ser consequência do clima seco, da poluição automobilística e das fábricas.
Os bombeiros afirmam que também receberam alertas sobre o cheiro de queimado, mas não encontraram nenhum ponto de queimada na cidade ou proximidade.
Questionada, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) disse que os níveis de poluição observados no momento na cidade “não destoam significativamente dos encontrados na época do inverno, em condições meteorológicas similares.”
No texto, a Companhia também afirma que o transporte de fumaça proveniente das queimadas na Amazônia geralmente ocorrem em altitudes elevadas da atmosfera. Entretanto, dependendo das condições atmosféricas, pode atingir altitudes mais baixas influenciando nos níveis de poluição local.
Na avaliação da companhia, porém, “não é possível inferir qual parcela dos níveis observados seria causada por uma eventual contribuição dessa pluma e qual está associada às fontes de emissão usuais da cidade, como veículos e indústrias, entre outros.”
Fonte: G1