Em lutas distintas, mas sempre focado em um objetivo, está o guerreiro solitário. Ele já foi citado por grandes e pequenos pensadores. E agora falo dele em meu artigo – não com humildade, pois me considero uma guerreira solitária.
Seu trabalho está no subterrâneo das leituras, das palavras e dos atos anônimos. Está firmado no compromisso com os animais e também na tentativa de ajudar o humano. Anonimato não possibilita a fama que muitos almejam, porém confesso que mesmo assim estamos sempre na mídia, e isto nem sempre é bom. O líder natural é diferente do guerreiro anônimo, pela facilidade em falar, ouvir e ser reconhecido. Naturalmente lembrado como aquele que faz, e muitos querem ser como ele.
Só que muita gente o inveja e o desrespeita, justamente por querer ser igual, sem conseguir. Pessoas brilhantes na causa animal, no seu fazer característico, sofrem críticas, maior parte infundadas, por parte daqueles que apedrejam e pixam o trabalho alheio. Os animais ficam em última instância. Pois essas pessoas querem ser fotografadas, admiradas, campeãs de amigos nas redes sociais, inclusive forçando a barra para tal. Porém, nada como o talento natural.
O solitário também sofre preconceito. Se é mulher, é vítima do machista, ‘não faz nada na causa’ e vive na cola do marido. Ou que só está nessa posição pois é casada com fulano. Já ouvi isso de uma ‘zé-ninguém’, como já dizia Willhelm Reich, sobre uma pessoa importante na causa.
São as absolutamente inúteis que criticam os ativistas e despejam seus preconceitos diversos em cima dos demais.
O guerreiro solitário passa pelo problema de nunca ser reconhecido. Não quer a fama, mas quer o reconhecimento. Pois ser percebido pode ser fundamental para seu trabalho em determinadas ocasiões. Muitos egocêntricos pensam que escrevo para eles. É o cúmulo do ‘se achar muito importante’. Eu nunca escrevo para determinadas pessoas, embora elas sempre pensem que eu realmente perco meu tempo. Não. Eu nunca escrevo para ninguém e escrevo para todos. Jogo lenha na fogueira de todos e gosto de ver a coisa queimar. Neste artigo, especialmente, escrevo para certas pessoas, e sei que servirá o chapéu em muitas mais.
Minha sugestão é cada pessoa deve seguir seu caminho natural, sem imitar ninguém. Não passe pelo vexame de degradar o alheio. Seja simples na maneira de trabalhar e exija respeito. Não tenha a humildade idiota de se menosprezar em função dos outros e nem seja arrogante a ponto de achar que ninguém faz melhor que você e que você é o verdadeiro vegano ou ativista. Visto de fora, é apenas ridículo (a).
Para os que estão por fora da causa animal mas adoram falar mal dos outros, encontre algo para fazer ou não faça nada. E nos deixe trabalhar em paz.
Livros:
A Arte da Prudência – Baltasar Gracián
Memórias da Transgressão – Glória Steinem
Escute, Zé-Ninguém – Willhelm Reich