Uma golden retriever conhecida como Jelly foi intencionalmente criada para desenvolver distrofia muscular em goldens retrievers (GRMD), uma doença tão debilitante que torna os filhotes severamente paralisados e provoca mortes agonizantes.
Ela foi vítima de experiências cruéis de Joe Kornegay na Universidade do Texas A & M (TAMU) quando era apenas um filhote e seu caso é apenas um que denuncia o horror dos testes realizados em animais.
Ao longo de sua vida miserável, a cachorra foi submetida a repetidas e dolorosas biópsias musculares em seus membros traseiros. Ela foi anestesiada diversas vezes antes dos procedimentos invasivos – uma experiência aterrorizante para qualquer cão.
Jelly nunca conseguiu correr e brincar como uma cachorra comum. No início, provavelmente experimentou um crescimento atrofiado porque não conseguia mamar corretamente.
Com aproximadamente seis semanas, ela começou a ter espasmos musculares na mandíbula, impedindo-a de abrir a boca completamente.
Ela também sofreu de degeneração e perda dos músculos da perna, o que acarretou uma postura anormal que a forçava a caminhar com uma marcha artificial. Ao longo do tempo, sua espinha também se curvou excessivamente para dentro.
Seus músculos alargados da língua provocaram dificuldade para respirar, engolir e se alimentar. A baba excessiva impossibilitava que ela se mantivesse limpa e é possível que ela tenha experimentado problemas respiratórios devido ao grande diafragma.
Jelly passou toda a vida presa em laboratórios estéril. A única vez em que ficou ao ar livre foi, aparentemente, durante a mudança do laboratório da Universidade da Carolina do Norte (UNC) -Capel Hill, onde nasceu em 2007. Ali ela recebeu o número 160677 e viveu enjaulada e solitária.
A cachorra não só suportou os sintomas extremamente debilitantes da GRMD, mas também foi submetida a experiências dolorosas frequentes.
Registros indicam que ela teve a morte induzida aos oito anos, provavelmente para que seus tecidos pudessem ser coletados e estudados.
Estas experiências horríveis geraram uma vida de sofrimento para ela e muitos outros cães e não conseguiram encontrar uma cura ou tratamento eficaz para reverter os sintomas da distrofia muscular em seres humanos.
Peony: uma breve vida de miséria
Peony era uma golden retriever que também foi criada para ter GRMD. Nascida em 19 de maio de 2011, em um laboratório na UNC-Chapel Hill, ela tinha pelos aloirados e uma marca de uma “lágrima” entre os olhos.
Devido às condições deploráveis em que foi mantida, a GRMD não foi a única doença que Peony teve de enfrentar. O filhote sofria de ataques de parasitas intestinais que causavam vômitos, náuseas, um abdômen desconfortavelmente inchado e uma angustiante diarreia, de acordo com a PETA.
Com apenas dois meses, ela foi diagnosticada com coccidiose, que é gerada por um parasita que se espalha pela matéria fecal contaminada. A condição ocorre frequentemente em fábricas de filhotes e está associada à falta de saneamento e aglomeração severa.
Isto mostra que o UNC-Chapel Hill a obrigou a ter uma vida trágica. Apenas três meses após receber esse diagnóstico, a cachorra teve giardíase, doença que foi causada por outro parasita.
Os sintomas desta enfermidade foram semelhantes aos de sua última infecção, incluindo diarreia, vômitos, perda de peso e diminuição da energia. Ela provavelmente se infectou ao beber água contaminada com as fezes de cães infectados.
Peony foi submetida a cirurgias dolorosas para que os pesquisadores pudessem fazer biópsias musculares. Uma de suas incisões ficou infectada, inchando dolorosamente e expelindo um pus amarelo espesso.
Ela já estava abaixo do peso e seu crescimento foi atrofiado por causa da GRMD, mas piorou ainda mais. Em 2012, a cachorra foi transferida para a TAMU, onde – além de sofrer de letargia, baba excessiva e diarreia – muitas vezes se recusou a comer, provavelmente devido ao seu estado.
Com 21 meses, Peony estava extremamente magra e pesava um pouco menos de 15 quilos. O peso médio das fêmeas golden retriever saudáveis desta idade varia de 25 a 35 quilos.
Sua língua inchada, causada pelo GRMD, a fazia salivar descontroladamente. Isso, por sua vez, tornou a tarefa de engoli muito complicada, assim como respirar e comer.
Ela regularmente ficava com longas fileiras de saliva excessiva pendurada na boca, o que foi considerado “normal” pelos pesquisadores.
Peony teve uma infecção úmida na pele e perda de pelos. Ela costumava acumular a saliva espumosa dentro e em volta da boca, que tentava desesperadamente engolir e a fazia tossir.
A cachorra e os outros cães presos no TAMU não podiam sequer escapar de sua miséria quando tomavam banho. Os funcionários alegaram que não havia como ajustar a temperatura da água, por isso eles tinham que suportar a água fria.
Como ela tinha pouca gordura corporal, sua dificuldade em regular a própria temperatura para se manter aquecida era enorme, transformando um banho frio em uma verdadeira tortura para ela.
No início de novembro de 2012, os pesquisadores descobriram que ela estava deitada de lado e não queria se levantar.
Ela gritava e salivava mais do que o habitual e se levantou depois de ser forçada durante um exame, mas só conseguiu andar por cerca de um minuto, antes de deitar-se novamente.
Joe Kornegay, o principal pesquisador, sugeriu que ela estava com problemas cardíacos, que também podem ser causados pela GRMD. Porém, não há registros de outros testes ou tratamento para sua letargia e colapso.
Tragicamente, Peony passou grande parte da sua existência sofrendo em uma gaiola, sem sequer um cobertor para dormir. Ela foi morta dois meses antes de completar dois anos.