Com o objetivo de mobilizar a população para a necessidade de políticas públicas voltadas ao bem estar animal, assinaturas estão sendo colhidas para reivindicar a construção de um hospital público veterinário em Dourados (MS). A ideia partiu da advogada Rosalina de Souza Santos, conquistou adeptos e parceiros na cidade e já foram colhidas quase 1 mil assinaturas. “Até o final do mês vamos mobilizar a sociedade para abraçar essa causa. A vitória é dos animais”, diz a advogada.
Com uma mesa, duas cadeiras, um guarda-sol e três banners, a advogada, também funcionária pública aposentada, montou uma pequena tenda na praça Antonio João, centro da cidade. É neste local que ela colhe assinaturas de segunda a sexta-feira, das 8h às 13h. “Ficarei aqui na praça até o final deste mês. Encerrado esse processo, vamos encaminhar o abaixo-assinado para os órgãos públicos competentes de nossa cidade”, disse ela. O trabalho realizado pela defensora dos animais conta com o apoio da Agência de Notícias de Direitos Animais (Anda) e de vários empresários de Dourados.
Há poucas unidades no país que oferecem atendimento e tratamento gratuito aos animais e São Paulo é precursor com a construção de um hospital veterinário. Com a ideia de chamar a atenção do poder público em Dourados e no Mato Grosso do Sul, a advogada encampou a luta com o respaldo na Declaração Universal dos Direitos dos Animais, criada em 1978 por representantes de vários países do mundo, inclusive o Brasil que assinou o documento pedindo respeito aos animais. Ela também buscou respaldo na lei 9.605/98 que protege os animais.
Dificuldade
A criação de um hospital veterinário público vem ao encontro das pessoas mais carentes que não têm condições de pagar por um atendimento para seus bichos. A aposentada Tereza Caldeira, de 63 anos, é uma delas. Ela tem uma cachorra SRD, que deu cria há um mês, ficou com a barriga inchada e de lá para cá evacua um líquido escuro e fétido.
“Ela está muito mal e não posso pagar um tratamento”, relata a aposentada, temendo a morte do animalzinho. Os quatro filhotes da cadela foram doados. “A cachorra mal conseguia amamentar, devido às feridas surgirem, após o parto, no bico das mamas. E agora ela [cachorra] agoniza com dores e eu fico sem saber o que fazer”, diz a aposentada. Na tentativa de ajudar o animal, a tutora já deu até remédio humano.
Fonte: A crítica Campo Grande