O balanço de baleias-francas-austrais mortas na costa da Península Valdés, na Patagônia argentina, chegou a 30, presumivelmente devido ao fenômeno da “maré vermelha”, informou nessa sexta-feira (14) o Instituto de Conservação de Baleias (ICB).
Durante um levantamento aéreo realizado na terça-feira, outros 12 cadáveres foram detectados no Golfo Nuevo, totalizando 30 espécimes nesta temporada, segundo um comunicado do ICB.
São baleias que perderam a vida devido ao fenômeno da “maré vermelha” que ocorreu nas últimas semanas, mas ficaram encalhadas em uma área inacessível.
“Todos os indivíduos encontrados durante o levantamento aéreo estão em avançado estado de decomposição, sugerindo uma data de óbito em período de tempo semelhante (aos espécimes anteriores) e que muitos se encontram em áreas de difícil acesso”, explicou o diretor científico do ICB, Mariano Sironi.
A primeira adulta morta nesta temporada foi reportada em 24 de setembro. Um total de 18 espécimes adultos e juvenis sem vida foram registrados até 10 de outubro em diferentes áreas do Golfo Nuevo, antes do levantamento aéreo, disse o relatório.
Embora as causas da morte ainda não tenham sido confirmadas, especialistas trabalham com a hipótese que relaciona essas mortes à intoxicação por “florescimento de algas nocivas”, também conhecidas como “marés vermelhas”, porque em amostras de algas e bivalves foram detectados níveis muito altos de biotoxinas.
É um fenômeno natural, mas potencializado pelas atividades humanas que, segundo especialistas, está chegando ao fim. Na última quinta-feira houve uma forte redução de biotoxinas na área, passando de 18 mil para 2.700 unidades.
O Golfo Nuevo e a Península Valdés, paraísos do turismo e dos biólogos marinhos, receberam este ano cerca de 1.420 baleias-francas-austrais, o maior número em 51 anos e um século após a proibição da caça comercial, notícias animadoras que foram obscurecidas pela mortalidade registrada a partir de 24 de setembro, 1.300 km ao sul de Buenos Aires.
Fonte: SWI