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Sob asas raras

5 de dezembro de 2011
3 min. de leitura
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Foto: Reprodução/ EPTV

Foram duas equipes – uma que acompanhou, por terra, a viagem dos pesquisadores do ICMBio-Cepta (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais), de Pirassununga (SP), e outra que foi de avião até Itaituba, no Pará, uma das portas de entrada do Parque Nacional da Amazônia. Neste último destino, elas se juntaram para realizar o programa que vai ao ar esta noite, no Globo Repórter, uma produção da EPTV Campinas, em parceria com a Rede Globo.
A ideia dessa expedição, que durou 18 dias, era uma só: mostrar as riquezas que existem nesta região brasileira – entre as quais, o caçula (o menor passarinho do País) e a ararajuba (ave-símbolo do Parque) – em contraponto com outra realidade: a construção de 16 novas usinas hidrelétricas por lá.
Em outras palavras, mostrar o que a gigantesca inundação colocará em risco. Basta dizer que mais de 400 espécies de peixes vão ter que vencer os obstáculos criados pelas barragens. E a mata, morada de animais como saguis, macacos-aranha e onças, entre outros animais, é também terra de humanos. E o programa questionará: e os brasileiros que vivem nessa imensa região, o que vai acontecer com eles?
Foto: Reprodução/ EPTV

Para quem assistirá o programa pronto, não dá para imaginar como foi a rotina de pesquisadores e dos profissionais de tevê nesta aventura. A equipe do Cepta, por exemplo, além de percorrer por terra cinco Estados brasileiros até chegar ao Pará, levou para o meio da mata barco, alimentação, fogão, geladeira, quase a infra-estrutura inteira de uma casa, além de montar dois laboratórios de pesquisa (um de genética e outro de parasitos).
Veja imagens dos bastidores desta reportagem na Galeria do Globo Repórter.
Já a produção da tevê teve que adentrar na mata por meio de trilhas, seguindo os passos de um guia, que nem sempre estava com seu medidor natural de quilometragem ajustado. Quando dizia que andariam 2 a 4 quilômetros, a distância chegava ao dobro. “Para ele era fichinha. Para a gente, um sofrimento”, lembra o produtor e editor José Cássio Ribeiro. Detalhe: todos os equipamentos foram carregados nas costas. E ainda tinha que prestar atenção ao chão, por causa das cobras. “Sempre andávamos com muito cuidado, mas sabendo que elas estavam por perto”.
Pelo ar, o apoio vinha de helicóptero. Mas há que se ressaltar: logo no início da expedição, entre um abastecimento e outro (a autonomia de voo era de 2 horas), houve a queda do aparelho. Ninguém da tevê estava à bordo e, felizmente, os pilotos saíram ilesos.
Foto: Reprodução/ EPTV

Outro helicóptero teve que ser providenciado para terminar o programa. “Você faz o sobrevoo e não tem fim”, conta a Valéria Forner, editora da revista Terra da Gente, que estava na expedição. “É um milhão de hectares de mata”.
Depois do susto do helicóptero, lembra Cássio Ribeiro, veio o merecimento (o que é bem diferente de coincidência ou sorte). A equipe estava atrás de registros da ararajuba, que é super arisca.
No meio do caminho, o carro tem um problema mecânico e eles param. Advinha onde? Bem ao lado onde o tal “caçula” fazia um ninho. Nesse mesmo dia, a equipe ainda trombaria com uma onça perambulando soberana pela estrada. “A onça vinha pela Transamazônica, justamente na nossa direção”, disse Ciro Porto, que comanda a atração desta noite.
O resultado você confere hoje no Globo Repórter, logo depois da novela Fina Estampa.
Fonte: EPTV

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