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Só 4% dos animais de rua ganham um tutor, em Manaus (AM)

18 de julho de 2011
3 min. de leitura
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Apenas 4% dos cães e gatos que chegaram ao Centro de Controle de Zoonoses de Manaus (CCZ) foram adotados este ano. De acordo com estimativas da instituição, cerca de 50 mil animais ainda vivem pelas ruas de cidade.

Para a diretora do Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Shelley Mainnarth, o abandono e a falta de responsabilidade dos tutores são as principais causas para este  contingente de abandonados.

No primeiro semestre, o CCZ recebeu 2.384 animais, entre cães e gatos. Destes, 1,5 mil deixados voluntariamente na instituição.

Segundo Shelley, a maior parte dos animais que vivem nas ruas não nasceu lá. “As pessoas criam os animais e quando eles dão cria  não são doados. Eles simplesmente levam os filhotes num lugar longe e os abandonam”, afirma. O abandono é crime com pena de detenção.

Animais são abandonados na rua pelos próprios donos e continuam a procriar, o que é crime com pena de detenção. Foto: Eraldo Lopes

O CCZ realiza castrações gratuitas, mas está atendendo no seu limite, com cerca de 20 procedimentos todos os dias.

Os animais que chegam ao centro passam por uma triagem inicial, onde são separados os cães mais saudáveis e de comportamento mais amigável. Os animais que apresentarem problemas de saúde são sacrificados e os saudáveis são castrados, tratados e disponibilizados para adoção por cerca de duas semanas.

“Há cães que estão lá por agressão. Eles ficam dois dias em observação e se o tutor do cachorro não o quiser mais, que é o que acontece em 90% dos casos, eles vão para a eutanásia”, explica Shelley.

Segundo a diretora, a política do CCZ é manter os animais para adoção pelo maior tempo possível, mas os que não são adotados acabam sendo levados por instituições que podem cuidar deles ou então são sacrificados. “Temos apenas 28 baias e recebemos cerca de 40 animais por dia. Não conseguimos manter todos”, afirma.

O CCZ está localizado na  Av. Brasil S/N, Compensa. Para mais informações o telefone é 3625-2655.

Foto: Eraldo Lopes

Silvestres

Diferente do que acontece em outras cidades, em Manaus não são só cães e gatos encontrados nas ruas. Por conta da proximidade com o habitat de animais silvestres, é comum topar com preguiças, macacos e até jacarés perdidos.

O Refúgio da Vida Silvestre Sauim Castanheiras é o responsável por cuidar destes animais e reintroduzi-los na natureza.

De acordo com o gestor do refúgio, Laerziu Chiesorin Neto, o centro visa  tratar os animais feridos e reabilitá-los para serem devolvidos à vida livre, mas cerca de 40% chegam ao local muito feridos ou desacostumados a viver na natureza.

Segundo Laerziu, animais encontrados na cidade estão normalmente migrando de uma área verde para a outra, então o melhor a se fazer quando se deparar com um deles é deixá-lo seguir.

O Refúgio Sauim atende pelo  telefone 3236- 7060 e a Polícia Ambiental pelo 190.

Tratamento para quem tem a rua como teto tem ajuda de voluntários. Foto: Eraldo Lopes

Fonte: D24AM

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