Cerca de 50 animais, entre bois, vacas e bezerros passaram maus bocados em uma propriedade rural particular em Imbituva. Os animais ficaram por quase dois meses fechados em um potreiro que estava quase sem pasto e sem água, alguns não resistiram e morreram.
A situação de abandono somente veio à público por meio de uma denúncia anônima. A partir disso, a ONG Amigos Leais entrou na justiça para ter o direito de entrar na propriedade e alimentar os bichos.
A juíza substituta Ana Beatriz Azevedo Lopes do Fórum da Comarca de Imbituva explica que a propriedade é objeto de uma ação de reintegração de posse, em que foi deferida a liminar, e esta já foi cumprida. Por o processo ainda estar em andamento, a juíza não pode dar muitos detalhes, mas falou um pouco sobre o caso.
“Ocorre que um dos requeridos no referido processo, o qual é proprietário dos animais, ainda não foi citado, o que ocasionou o abandono dos mesmos. Diante desta situação, ao ser comunicada, autorizei a entrada do antigo caseiro e da ONG, a fim de que prestassem os atendimentos e cuidados necessários aos animais”, relata Ana.
A juíza informa ainda que determinou que fosse oficiado à Delegacia de Polícia Civil da Comarca para apurar a prática de eventual crime.
ENTENDA O CASO
A situação foi denunciada à ONG Amigos Leais no dia 9 de junho, segundo conta Kelly Walenga, uma das integrantes da ONG. “Quando nos avisaram que os animais estavam abandonados, não imaginávamos que a situação era tão grave. Primeiro fizemos o boletim de ocorrência, depois fomos ao fórum pedir ajuda”, conta Kelly.
Ela conta que depois de dois dias, em 12 de junho, eles tiveram a autorização judicial para entrar na propriedade e alimentar os animais. “O caseiro disse que era em torno de uns 60 bovinos, mas por conta desse abandono, contabilizamos a morte de 17 animais”, ressalta.
Kelly explica que a situação chegou a um ponto tão grave, inclusive com a morte de parte do rebanho por conta de que eles estavam fechados em uma potreiro com quase nada de pasto para se alimentarem.
“Agora os animais estão soltos e podem ir para outros potreiros. Estamos levando feno, ração, e vitaminas. Um veterinário está acompanhando a recuperação do gado, inclusive tem alguns que ainda estão bem fracos”, menciona.
Além da ONG, o antigo caseiro também está autorizado judicialmente a entrar na propriedade e alimentar os animais.
Fonte: Folha de Irati