O cachorro Skype escapou pelo portão da casa sem ninguém ver, em abril deste ano, em São Paulo. Quando a tutora, Zenilda Amâncio, deu pela falta do animal, saiu em busca do cão pelas ruas, mas foi em vão.
Ao chegar ao trabalho, em uma corretora de seguros, relatou o drama. Talita Braga, colega de Zenilda, teve a ideia de colocar uma foto de Skype nas redes sociais. Ela pesquisou na internet e encontrou o site “Cachorro Perdido”, que reúne informações de animais encontrados e perdidos em diferentes cidades, e cadastrou a perda do cão.
Em menos de dez minutos, o telefone tocou: o cachorro havia sido encontrado por uma mulher, que viu a foto de Skype no site. “Foi impressionante, muito rápido”, conta Talita. No mesmo dia, Zenilda recuperou o animal (e levou um vaso de flores para agradecer).
Sites como o “Cachorro Perdido e o “Procura-se Cachorro” têm como objetivo finais felizes do tipo – e não só em São Paulo, como foi o caso do Skype, mas em todo o Brasil.
A ferramenta funciona da seguinte forma: quem perdeu ou encontrou um animal nas ruas (no caso do “Cachorro Perdido”, gatos também entram na lista) se cadastra no site e registra uma série de informações sobre o animal, como raça, cor, porte, sexo e região em que foi perdido ou encontrado. Os dados são cruzados e, se baterem, uma notificação é enviada para o usuário.
No “Procura-se Cachorro”, há mais de 1.700 usuários cadastrados, entre perdidos, encontrados ou para adoção. No “Cachorro Perdido”, diariamente são cadastrados cerca de cinco anúncios de encontro e dez de perda. Além do site, redes sociais dos projetos ajudam a identificar os animais perdidos.
Coleira de Identificação
Andrea Giusti, fundadora do “Procura-se Cachorro” e voluntária do projeto SalvaCão, conta que a ideia surgiu após ela receber diversos pedidos de ajuda em relação a animais desaparecidos. “Senti falta de um lugar centralizador para registrar os casos e colocar em contato quem perdeu e quem encontrou o cão. A ideia era criar um ponto de encontro que informasse as ocorrências por região, cruzasse informações e resolvesse os casos com mais rapidez”, explica.
Os animais procurados ainda aparecem em maior número do que os encontrados em ambos os sites. “Nos piores casos o cão ou gato acaba sendo atropelado mas, em geral, infelizmente não é todo mundo que quando encontra um animal tem interesse ou procura saber como devolvê-lo”, afirma Flávio Banyai, do “Cachorro Perdido”.
“Tão importante quanto cadastrar o animal para o mapa auxiliar na busca é a coleira de identificação do animal”, complementa Andrea.
E para quem também quiser apelar para o modo tradicional de buscar pets perdidos, o “Procura-se Cachorro” disponibiliza a diagramação de um cartaz com fotos, descrição e informações – após se registrar no site, basta clicar em “gerar cartaz” e imprimir as cópias. E na parte de “dicas” do “Cachorro Perdido” há uma série de indicações sobre o que deve ser feito, nas ruas ou na internet, assim que o tutor der conta do sumiço do animal.
“Nós acreditamos que todos os tutores de animais que amam os seus bichos não poupam esforços para localizar os seus companheiros em momentos delicados como esses, e essa é a nossa contribuição para facilitar o reencontro e amenizar a dor”, diz Fábio.
Fonte: Folha de S.Paulo