Por Fernanda Franco (Da Redação)
Não se trata de um trabalho “polêmico”, muito menos “curioso”, como noticiaram alguns veículos. Surpreende-nos que a mídia trate com tanta ingenuidade, tolerância e bom humor o fato de existir um site ensinando a fazer mouse de ratinhos de verdade.
O fato é ilustrado pelo site Instructables, que ensina passo a passo como construir um mouse de computador a partir de um rato morto. Lá consta cada etapa, incluindo as dissecações do hardware e do animal, que são dadas detalhadamente: quais ferramentas serão necessárias para cortar, colar, montar e empalhar. O produto final é um camundongo de pelos aparados e com chips substituindo os órgãos internos.
Apesar de ser o mais acessado, esse não é o único projeto de taxidermia presente no site. Há também um passo a passo (com imagens) para elaborar um rato com olhos de luz LED. E também dicas para empalhar um rato com pernas de pato. No entanto, não há informação de como o autor do artigo obteve os animais.
Fazer objetos a partir de cadáveres já é suficientemente questionável. Porém o que é digno de investigação é a forma como esses animais chegam ao fazedor de objetos-cadáveres. Será que ele(s) encontra(m) os ratos, patos e aves mortos, por acaso ou coincidência, pelas esquinas? Ou será que ele mesmo mata os animais, indiscriminadamente?
Vivisseccionar animais para virarem apetrechos já é algo inaceitável, além disso desconhecemos a origem desses cadáveres. Certamente estamos diante de atos criminosos, de ações que precisam ser investigadas e não apenas noticiadas como algo “bizarro”.