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FINAIS FELIZES

Site criado por voluntários busca unir tutores a animais desaparecidos na enchente no Rio Grande do Sul

14 de junho de 2024
3 min. de leitura
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Foto: Divulgação / GRAD / CP

Fundada em 2011 por voluntários, a organização não-governamental (ONG) Grupo de Resposta a Animais em Desastres (Grad) já atuou em mais de 60 catástrofes dos mais variados tipos. Mas as enchentes no Rio Grande do Sul, que deixaram mais de 12 mil animais em situação de emergência, conforme a ONG, trouxeram uma maior carga desafiadora aos mais de 35 profissionais atuantes em algum momento no estado. Passada a fase mais aguda de resgates em si, é chegado o momento de unir animais e tutores.

O Grad afirma atuar junto aos órgãos oficiais, como a Defesa Civil Estadual, pois também tem um termo de cooperação ativo junto ao governo do estado, integrando também o Gabinete de Coordenação de Resposta à Fauna (GCRF), dentro do chamado Plano Rio Grande. “A ideia é que possamos dar uma assessoria técnica sobre o que deveria ser feito de melhor neste momento para os animais. Temos esta voz ativa, representando o terceiro setor e a sociedade civil”, afirma o diretor do Grad, Enderson Barreto.

O grupo atuou em milhares de resgates, orientando ainda prefeituras sobre boas práticas em abrigos a animais, e empenha-se agora na manutenção da plataforma gratuita Pets RS, desenvolvida voluntariamente para conectar bichinhos perdidos com seus tutores. A demanda é alta, e no começo da tarde dessa sexta-feira, havia mais de 10,3 mil animais cadastrados. No site, é possível filtrar cães, gatos, cavalos, pássaros, entre outros, desaparecidos e em busca de um novo tutor em diversos municípios do estado, e que estão em 138 abrigos.

“Quando percebemos a problemática do quantitativo de animais perdidos ou sem tutores, percebemos o quão complexo seria, e começamos a pensar em estratégias de como diminuir a quantidade deles nos abrigos, e como ligá-los às pessoas. Durante os resgates, muitos animais foram retirados de casas e não dava para ver nem o número delas, ou qualquer outra característica”, prosseguiu Barreto. Foi, então, criada a chamada Aliança Tecnológica pelos Animais, formada pelos desenvolvedores e o Grad.

Os finais felizes a partir da plataforma já foram muitos, mas a proporção de animais sem uma casa segue altíssima, justificando a importância do site, um dos muitos criados para serviços diversos no contexto da tragédia climática no RS. Abrigos podem cadastrar informações e fotos dos animais na Pets RS, algo que pode ajudar os tutores originais a encontrá-los. Os tutores também podem cadastrar animais perdidos, e o animal em questão recebe um selo de “desaparecido” até ser encontrado.

Para o diretor do Grad, é preciso que o poder público “se sensibilize mais” para a causa animal, ainda mais considerando as sucessivas questões adversas envolvendo o clima. “Não dá mais para separar a resposta humana e animal. Existe uma sinergia muito grande entre ambos, e isso precisa ser considerado. É preciso pensar na inclusão de animais nos níveis de respostas com relação a estas emergências climáticas. Hoje, 99% dos planos de resposta e contingência não incluem eles”, diz ele.

“Tivemos este grande volume de animais, quase 20 mil abrigados, e ninguém sabia o que ser feito, não havia um protocolo para lidar com esta situação. Isto pode ser implementado em outros locais, e o Rio Grande do Sul trouxe isto à tona”. O foco do grupo se manteve em Porto Alegre e na região metropolitana, em municípios como Canoas, São Leopoldo e Eldorado do Sul, e os profissionais deverão permanecer no estado até agosto ou setembro. “Nosso trabalho não para. Ainda agora, mesmo com a equipe no RS, estamos montando uma operação de resposta ao Pantanal, que sofre com queimadas que podem superar o cenário mais catastrófico já visto”.

Fonte: Correio do Povo

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