Por Marcela Couto(da Redação)
O químico David Cliffel, da Universidade de Vanderbilt, EUA, recebeu uma doação da Alternatives Research & Development Foundation (Fundação para o Desenvolvimento de Alternativas em Pesquisas em tradução livre) para avaliar o potencial de seu sistema de monitoramento de células avançado que pretende reduzir o uso de animais nos testes de toxicidade.
O sistema criado por Cliffel, que ele chamou de “multianalyte microphysiometer” (micro medidor físico multi analítico em tradução aproximada), representa uma nova solução para os testes tóxicos apresentada em 2007 pelo National Research Council, que propõe métodos que avaliam o efeito das químicas em células humanas e culturas de células ao invés de aplicar testes incertos em animais.
“O fato de nós não podermos prever o que irá acontecer quando injetamos uma substância química em um animal é reflexo do quanto cru e limitado ainda é nosso conhecimento científico básico sobre processos biológicos,” disse Cliffel, que leciona química.
As análises de células feitas hoje em dia costumam testar a toxicidade de forma uni-dimensional: Eles testam para um tipo específico de atividade biológica. Como resultado, eles não conseguem prever efeitos colaterais que as químicas podem causar. O método de Cliffel, ao contrário, pretende usar células humanas como “sensores de toxicidade” que não apenas determinam os danos químicos como também identificam a forma com que ocorrem.
A invenção de Cliffel possui uma quantidade de recipients que contém em média 100.000 células cada em condições que as deixam vivas por muitos dias. Essas células são equipadas com uma bateria de sensores que monitoram seu metabolismo constantemente. Colocando células nervosas em um tubo, células do coração em outro e assim por diante será possível criar um relatório de toxicidade que abrange todo o corpo humano.
Com os U$33,000 recebidos da fundação, Cliffel e seus colegas vão usar o sistema para analisar um remédio contra o câncer que passou pelos métodos celulares convencionais, mas intoxicou alguns chimpanzés. Eles deixarão algumas células imunológicas humanas em contato com a droga e observarão as reações.
“Este sistema tem o potencial de revelar múltiplas reações adversas sobre as drogas de forma muito mais precisa que outros métodos,” disse o químico, entusiasmado.
Com informações de Vanderbilt University