Moradores de Higienópolis, bairro da região central de São Paulo, insatisfeitos com o que dizem ser mais deveres do que direitos, fundaram um grupo para lutar por uma causa comum, o bem-estar dos cães.
Assim surgiu o Sindicato dos Cachorros, um grupo de cachorreiros, como os tutores gostam de ser chamados.
O grupo, que já reúne mil filiados, de médicos a advogados, diz ter se juntado para “dar representatividade, proteção e apoio político e social aos cachorros e assim conquistar seus direitos”.
Na pauta de reivindicações do parque Buenos Aires, o reduto dos cachorros no bairro, tanques para os cães se refrescarem; esterilização do solo; novo bebedouro e melhorar o piso de barro, que fica enlameado na chuva.
“Cachorro só tem obrigação: colher o cocô e usar focinheira. Direito não tem nenhum. Na Europa os cães andam de metrô e de ônibus. Aqui ainda estamos muito atrasados”, diz Celso Barbosa, líder sindical dos bichos.
“Aqui em Higienópolis tem mais cães do que gente”, diz a advogada Maria Donzília, uma das sindicalistas.
A história do sindicato começou há alguns anos com uma “cachorrata”, uma passeata, segundo o médico Luiz Nusbaum, “de protesto para preservar o direito dos cães”.
A primeira reclamação foi criar um cercadinho para soltá-los no parque sem coleira.
“A partir do momento que os seres humanos quiseram assumir o território, deu problema. Lutamos para conquistar o direito dos cães e não de gente”, diz Barbosa, que cria dois cães num apartamento.
Com informações de Folha