O coelho é o animal símbolo da Páscoa, mas em Portugal uma espécie pode estar próxima de desparecer.
É o coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus algirus), também conhecido como coelho-europeu. Esse animal tem orelhas longas, olhinhos escuros e pelagem acastanhada ou acinzentada, a depender da localidade. Desde 2019, no país europeu, a espécie corre perigo de extinção.
Segundo dados são da União Internacional para a Conservação da Natureza, houve uma descida global da espécie em 70%.
Como a ameaça ao coelhinho coloca linces e águias em perigo?
Em Portugal, a devastação do seu habitat e uma doença hemorrágica viral fez com que as populações da espécie tivessem grandes baixas, mas ainda assim, em meados de 2012, passou a se recuperar.
No entanto, de acordo com estudo publicado na revista científica Nature, após esse ano voltaram a cair.
Esse declínio da espécie representa uma ameaça a outros animais do ecossistema, como o lince ibérico (Lynx pardinus) e a águia imperial espanhola (Aquila adalberti).
O estudo aponta que “declínios de 60-70% nas populações de coelhos são seguidos por decréscimos de 65,7% no lince ibérico e 45,5% nas fecundidades da águia imperial espanhola”. O felino está classificado como “em perigo na região”, e a ave como “criticamente em perigo”.
De acordo com a pesquisa, o fato acontece, pois, ambos os animais são predadores dependentes do coelho, que atua como “uma espécie-chave que pode direcionar os ecossistemas mediterrâneos”.
Em risco em Portugal, mas invasor no mundo
O biólogo e professor de biologia Kayron Passos analisa que essa espécie, apesar ter enfrentado uma redução em sua região original, não corre o risco de sumir. “Isso porque ela foi importada para todos os continentes”, explica.
Inclusive, ganhando a definição de espécie invasora. “Isso significa que esse coelho compete com animais nativos. O grande problema de ela sumir na região natural é que os predadores dela vão procurar presas com o porte aproximado”, explica Passos.
Desse modo, o descontrole dos ecossistemas pode acontecer tanto pelo seu desparecimento do ambiente natural, como pela sua reprodução acentuada e sem predadores naturais onde ele existe como espécie invasora.
Fonte: UOL