A Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) acaba de concluir mais um censo populacional do papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), espécie endêmica da Floresta Atlântica, no trecho que vai do litoral sul de São Paulo ao litoral norte de Santa Catarina, englobando todo o litoral paranaense.
O Censo 2015 contou com incentivo do Sicredi, que forneceu parte dos recursos para a concretização da contagem. “No Sicredi seguimos a orientação do triple bottom line: os pilares Econômico, Social e Ambiental. Os dois primeiros já estão no DNA de nossas cooperativas e apoiar ações como esta, da SPVS, irão nos orientar no pilar Ambiental”, destaca o presidente da Central Sicredi PR/SP/RJ e da Sicredi Participações S.A., Manfred Alfonso Dasenbrock.
O resultado foi melhor que o esperado, tendo contabilizado a presença de 7.464 indivíduos no Paraná e 1.712 em SãoPaulo. Os números são os maiores já encontrados pelos pesquisadores do Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa, da SPVS.
O censo é uma importante ação de monitoramento que o Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa realiza há 13 anos no litoral do Paraná, e desde 2013 no litoral sul de São Paulo, para saber se a população está se reproduzindo e conseguindo se manter em sua área de ocorrência. O propósito do projeto é minimizar as ameaças que afetam o papagaio-de-cara-roxa e seu hábitat e contribuir com a conservação da região do Lagamar, um importante remanescente da Mata Atlântica que abriga diversos sistemas naturais e mantém uma diversidade em áreas continentais, costeiras e marinha.
Para que o Censo se concretize com sucesso, uma equipe de cerca de 50 voluntários, entre pesquisadores e estudantes, auxilia nas contagens. Para isso, eles se posicionam nos diferentes pontos de contagem, ao redor dos dormitórios coletivos, situados em ilhas e pontos específicos no continente.
Campanha
Para complementar os recursos para a realização do Censo 2015, a SPVS promoveu, de abril a maio, uma campanha de financiamento coletivo pela internet. Ao doar determinada quantia, a pessoa recebia recompensas relacionadas ao papagaio, como canecas, livros e até fotos de Zig Koch, renomado fotógrafo de natureza e parceiro de anos da SPVS e do projeto.
Além do Sicredi, outras instituições apoiam o Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa, entre elas a Fundação Grupo Boticário e a Fundação Loro Parque.
Sobre o projeto
O Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa trabalha desde 1998 no litoral do Paraná, principalmente em Guaraqueçaba, com o objetivo de conhecer e proteger a espécie e a floresta. Além disso, busca sensibilizar e apoiar os moradores da região, por meio de ações de educação para conservação, incentivo a iniciativas que geram alternativas de renda e contratação de residentes para auxílio nas ações do projeto. No estado de São Paulo, no último ano, a equipe do projeto vem realizando um diagnóstico da situação da espécie.
No fim de 2014, o papagaio-de-cara-roxa saiu da Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente. Sua situação passou de “vulnerável” para “quase ameaçada”. A saída da lista reflete a força do trabalho realizado com a espécie, mas também mostra que as atividades devem continuar.
Fonte: SEGS