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Shell adia perfuração em área de refúgio de vida selvagem do Ártico

23 de fevereiro de 2011
2 min. de leitura
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Por Alexandra Klabin (da Redação)

Imagem de arquivo

A Shell anunciou que vai adiar seus planos de perfuração ao largo da costa do Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Ártico neste ano.

Em resposta ao comunicado da Shell, Chuck Clusen, diretor de parques e projetos nacionais no Conselho de Defesa de Recursos Naturais do Alaska, fez a seguinte declaração:

“O plano da Shell foi mal concebido desde o início. Agora, o governo pode prosseguir com vastas declarações de impacto ambiental sobre a autorização da empresa para a perfuração e seus planos contingenciais de derrame. Isso precisa ser concluído antes que sejam tomadas quaisquer decisões sobre como abrir o Mar de Chukchi e Beaufort para exploração de petróleo e gás. O anúncio da Shell irá proteger o litoral do Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Ártico de possíveis danos, a migração de Baleias Franca e o habitat de ursos polares e muitos outros mamíferos marinhos. ”

Esta é uma vitória enorme, visto que os tão ameaçados ursos polares e outras espécies selvagens do Ártico sofreriam perdas devastadoras caso uma ruptura ocorresse no gelado Mar de Beaufort.

A NRDC (Natural Resources Defense Council/Conselho de Defesa dos Recursos Naturais) tem travado uma longa e árdua batalha judicial para retardar ou impedir a pressa da Shell em perfurar – especialmente na sequência da catástrofe do verão passado, quando aconteceu o derramamento de óleo no Golfo do México.

Em uma frente jurídica, a NRDC se aliou à Earth Justice para desafiar as autorizações concedidas pela Administração Obama à Shell no ano passado. Essas autorizações permitiriam à petrolífera levar sua frota de navios e emitirem toneladas de gases poluentes no meio-ambiente do Ártico, prejudicando tanto as comunidades nativas quanto a dos animais selvagens.

No mês passado, o conselho federal de apelações ordenou a Administração para retirar as autorizações e iniciar o processo novamente.

Agora, poucas semanas depois, a Shell finalmente “jogou a toalha” e decidiu não fazer perfurações este ano.

Podemos agora suspirar de alívio sabendo que a gigante do petróleo não enviará seus navios de perfuração e quebra-gelos no próximo mês de Junho, que não haverá vazamentos de óleo nas sensíveis águas do Mar de Beaufort que abriga preciosas espécies da vida animal e que os ursos polares fêmeas poderão vir ao Refúgio Ártico para dar à luz, como têm feito durante milhares de anos, sem serem perturbadas por sondas de perfuração, poluição tóxica e uma enxurrada de óleo mortal.

Esperemos que a Administração Obama aproveite esta oportunidade para repensar a sua pressa em permitir perfurações em ambientes frágeis como o Ártico.


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