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AVANÇO

Shein proíbe venda de peles, couros e penas de animais selvagens em seu marketplace

Após denúncias de crueldade, empresa estende proibição a terceiros e se junta a gigantes como Nike e Chanel na rejeição a peles e couros.

21 de maio de 2025
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: Andrew Skowron

A varejista de fast-fashion Shein proibiu peles, couro de animais selvagens e penas exóticas em toda a sua plataforma online, incluindo vendedores terceirizados.

A política original da Shein contra peles aplicava-se apenas às suas marcas próprias, excluindo o marketplace terceirizado, lançado após o compromisso inicial de banir peles.

Em 2024, o grupo de direitos animais PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) identificou produtos e acessórios de pele sendo vendidos no marketplace terceirizado da Shein, o que levou a negociações com a gigante do fast-fashion.

Após uma reunião em que a PETA apresentou evidências da indústria animal, a Shein concordou em implementar uma proibição abrangente de peles e couros de animais selvagens em todos os produtos vendidos em sua plataforma.

“Todo casaco de pele de coelho ou bolsa de couro de crocodilo é feito com o sofrimento de um ser senciente que não queria morrer”, disse Tracy Reiman, vice-presidente executiva da PETA, em um comunicado. “A Shein tomou a decisão certa ao garantir que sua loja online e marketplace estejam livres de peles e couros de animais selvagens, e a PETA pede que todas as outras empresas resistentes sigam seu exemplo.”

A Shein agora se junta a centenas de grandes marcas e varejistas, como ASOS, Burberry, Canada Goose, Chanel, Macy’s, Nike e Nordstrom, que baniram peles e couros de animais selvagens nos últimos anos.

Animais mortos pela moda

As marcas citam preocupações com o bem-estar animal e a queda na demanda dos consumidores como motivos para eliminar peles e couros exóticos.

A criação de animais para extração de pele tem enfrentado crescentes críticas nos últimos anos, impulsionadas pela conscientização sobre a crueldade envolvida, além dos riscos ambientais e à saúde pública. Várias investigações secretas expuseram violações generalizadas do bem-estar animal, mostrando animais confinados em gaiolas apertadas, onde comportamentos induzidos por estresse, como automutilação e canibalismo, são comuns.

Para extrair suas peles, os animais são espancados, esfolados vivos, eletrocutados ou asfixiados com gás.

Além das questões éticas, críticos alertam que o comércio de peles é ambientalmente destrutivo, contribuindo para poluição da água, degradação do solo e emissões de gases de efeito estufa.

Couros de animais selvagens

O termo “couros de animais selvagens” refere-se a itens feitos com peles ou penas de avestruzes, jacarés e outros animais considerados “exóticos” pelas marcas.

Investigações nessas cadeias de suprimentos revelaram práticas perturbadoras, com animais mantidos em condições precárias antes de serem eletrocutados, espancados ou esfolados vivos para a produção de bolsas, sapatos e acessórios de luxo.

Já os avestruzes, cuja pele é usada em acessórios de alto padrão com textura pontilhada, são normalmente mortos com apenas um ano de idade. Eles são atordoados com choques elétricos antes de terem suas gargantas cortadas na frente de outros membros do grupo.

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