O vira-lata Sheik, de 6 anos, é morador famoso da Zona 7, em Maringá (PR). Mesmo vivendo na rua, conquistou a vizinhança e até ganhou uma casinha de madeira para se proteger da chuva, mas que foi furtada dois meses depois. O presente foi dado há dois anos por uma moradora do bairro, a pintora Rosângela Poli Antunes. Na época, Rosângela afirmou que não levava Sheik para casa porque já tinha dois cães e três gatos no quintal, mas dava ao cão ração enlatada.
A funcionária pública Maria da Penha considerava-se tutora do cachorro, apesar de ele não gostar muito de ficar no quintal. O filho dela encontrou Sheik na rua e o levou para casa. Depois que cresceu, o cão nunca mais quis saber de ficar atrás do portão. “Ele é mais inteligente que muitas pessoas”, dizia Maria, que estava prestes a mudar de endereço. Por causa disso, o futuro do cão era incerto e preocupava os moradores.
Há três meses, a história de Sheik sofreu uma reviravolta. Maria da Penha mudou-se para um apartamento e não pode levar o cachorro para o novo endereço. Foi aí que ela e o marido resolveram achar novo tutor para o cão.
O cachorro foi oferecido à comerciante Dinez de Fátima Menegassi, que volta e meia dava comida para Sheik quando ele aparecia na calçada. Dinez, de coração aberto, recebeu Sheik, que agora tem quintal para enterrar ossos, uma família de verdade e não dorme mais ao relento. “Ele entendeu que a casa dele agora é aqui”, conta.
Passeios
Todos os dias, de manhã e à tarde, Sheik sai de casa para dar uma voltinha no quarteirão. “Ele sempre esteve na rua, está acostumado com liberdade, mas no final do passeio sempre volta para casa”, relata Dinez.
Quando o vira-lata chegou no quintal, a comerciante percebeu que o cão estava aborrecido. “O Sheik ouviu a conversa da ex-tutora, dizendo que não poderia mais ficar com ele. Eu aposto que ele entendeu tudo e por isso ficou chateado”, diz.
“Era tão visível que todo mundo perguntava porque o Sheik estava triste”, emenda a nova tutora. Com o tempo, o cachorro se acostumou à nova vida. Agora, diz a comerciante, o cão está bonito, engordou e até parece que sorri quando o chamam pelo nome.
Fonte: Diário do Norte do Paraná