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ESTATÍSTICA

Setembro respondeu por metade de toda a área queimada no Brasil em 2022, aponta Mapbiomas

Ainda de acordo com o relatório, no mesmo mês, a área destruída por queimadas no Cerrado chegou a 2.973.443 hectares, 13% a mais que setembro do ano passado

20 de outubro de 2022
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Imagem de sobrevoo de 30 de agosto do Greenpeace. Região exata ainda está sendo georreferenciada pela organização. — Foto: © Nilmar Lage / Greenpeace / Divulgação

O último mês de setembro registrou um número de queimadas que consumiu mais de 5.825.520 hectares no Brasil.

Os dados são da plataforma Monitor do Fogo, do MapBiomas, e foram divulgados nesta segunda-feira (17). Segundo o índice, essa área representa 50% de tudo que foi queimado nos nove primeiros meses de 2022.

Ainda de acordo com o relatório, no mesmo mês, a área destruída por queimadas no Cerrado chegou a 2.973.443 hectares, 13% a mais que setembro do ano passado. O bioma foi o que teve a maior extensão de queimada nesse último mês.

Já a Amazônia registrou o maior aumento de área queimada: 71% a mais que setembro de 2021. O índice representa mais 1.080.388 hectares consumidos.

No acumulado até agora de todo o ano, o Brasil perdeu 11.749.938 hectares queimados entre janeiro e setembro, uma área maior que todo o estado de Pernambuco.

O aumento chega ao patamar de 1% quando esse mesmo período é comparado com o do ano passado, mas essa aparente “estabilidade” esconde grandes variações, alerta o MapBiomas.

Somente na Amazônia houve um crescimento na área queimada de 40% (mais de 1,6 milhões de hectares) e outros 1500% no Pampa (27.317 hectares).

“Importante ressaltar que esse aumento da área de incêndios florestais na Amazônia em 2022 é um péssimo indicador para a região, pois essas florestas não são adaptadas ao fogo e acabam ficando mais suscetíveis a novos incêndios se tornando degradadas”, diz Ane Alencar Coordenadora do Mapbiomas Fogo e Diretora de Ciência do IPAM.

Os três municípios recordistas no Monitor do Fogo do MapBiomas também ficam no bioma: São Félix do Xingu, Altamira e Novo Progresso, todos no Pará.

Segundo os dados do indicador, os três foram responsáveis pela queima de 1.052.700 hectares, ou 9% do total nacional até setembro de 2022.

“Esses números refletem o avanço do desmatamento, que tem no oeste do Pará uma das suas fronteiras mais ativas”, explica Ane Alencar

Fogo no Cerrado também preocupa

Fora isso, outro dado que acende o alerta para os especialistas do MapBiomas é o crescimento das queimadas no Cerrado, segundo maior bioma do país.

A savana brasileira, como também é conhecido, somou 5.408.154 hectares desmatados entre janeiro e setembro.

O número é semelhante ao índice de queimadas em toda a Amazônia (5.797.298 ha), embora o Cerrado tenha a metade do tamanho do bioma amazônico.

Juntos, os dois biomas somam 95% da área queimada no Brasil até setembro de 2022.

“O padrão de queima de formações savânicas e campestres tem dominado as estatísticas de área queimada no Brasil. Isso acontece pois esses tipos de vegetação tem um regime de fogo associado”, afirma a coordenadora operacional do Mapbiomas Fogo e pesquisadora do IPAM Vera Arruda.

“Entretanto temos que ficar alerta pois parte desse fogo está acontecendo com frequência e intensidade diferente do regime esperado para esses ecossistemas”.

Fonte: G1

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