Um trem de passageiros atingiu uma manada de elefantes na noite de sábado (20/12) no nordeste da Índia, resultando na morte de sete animais e deixando outro ferido. O acidente aconteceu no estado de Assam e, apesar do descarrilamento de cinco vagões, não houve registro de feridos entre os passageiros, segundo autoridades locais.
Assam abriga mais de 4 mil elefantes selvagens, parte significativa da população estimada em cerca de 22 mil animais em todo o país. A colisão reforça a gravidade dos conflitos entre grandes obras de infraestrutura e a vida silvestre em uma das regiões mais biodiversas da Índia.
De acordo com a polícia local, o trem fazia a rota entre o estado de Mizoram e a capital Nova Délhi quando atingiu a manada durante a noite. O maquinista acionou o freio de emergência ao avistar os animais nos trilhos, mas a medida não foi suficiente para evitar o impacto.
As ferrovias indianas afirmam que existem limites de velocidade em trechos reconhecidos como corredores de elefantes, porém o acidente ocorreu fora dessas áreas oficialmente mapeadas. Organizações de proteção animal e especialistas em proteção apontam que essa divisão formal não reflete a dinâmica real dos deslocamentos dos elefantes, que seguem rotas ancestrais em busca de alimento, água e abrigo.
A expansão de linhas férreas, a derrubada de florestas e a instalação de canteiros de obras próximas aos habitats naturais têm empurrado esses animais para áreas cada vez mais fragmentadas. Como consequência, elefantes são forçados a atravessar trilhos, rodovias e áreas urbanizadas, aumentando o risco de acidentes fatais e aprofundando o conflito com atividades humanas.
Centenas de animais perdem a vida em colisões, eletrocussões e retaliações, um cenário que evidencia a urgência de políticas públicas que priorizem a proteção dos habitats, a criação de passagens seguras para a fauna e o reconhecimento dos direitos dos animais à vida e ao território.