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CAUSA DESCONHECIDA

Sete botos-cinzas são encontrados mortos em Sergipe nos últimos dois meses

Cinco casos ocorreram a partir de outubro. A causa ainda não foi determinada.

10 de dezembro de 2024
Ricardo Melo
2 min. de leitura
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Boto-cinza encontrado morto na Praia do Abaís (SE) – Foto: Fundação Mamíferos Aquáticos

Sete botos-cinzas (Sotalia guianensis) foram encontrados mortos nos últimos dois meses em Sergipe. Cinco casos ocorreram a partir de outubro, sendo os dois mais recentes registrados em 30 de novembro. Ainda sem causa definida para as últimas mortes, os pesquisadores da Fundação Mamíferos Aquáticos apontam para a possibilidade de o problema estar relacionado com atividades humanas.

Em 30 de novembro, o primeiro boto foi encontrado na praia do Abais, após relatos de encalhe. O segundo estava na praia da Caueira, observado durante um monitoramento do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Sergipe-Alagoas (PMP-SEAL), executado pela fundação. Ambos foram encaminhados para necropsia a fim de determinar a causa da morte.

“Os golfinhos da espécie Sotalia guianensis são comuns no litoral sergipano, no entanto, são considerados “vulneráveis” à extinção e sua preferência por águas costeiras favorece o encalhe nas praias”, comentou a veterinária da fundação, Elaine Knupp.

Em comunicado, a Fundação Mamíferos Aquáticos indicou que, entre os possíveis fatores motivados por ações humanas, tem-se a poluição, perda de hábitat, colisões com embarcações e a captura acidental em redes de pesca. Ainda há a possibilidade das mortes serem de causa natural, como doenças infecciosas, provocadas por parasitas, bactérias e vírus. Ainda segundo Elaine, em outubro começou a chamada “temporada de encalhe”, que é quando há um aumento desses registros, se estendendo até março.

Outros três casos

No dia 24 de outubro, outro boto-cinza foi encontrado morto nas praias de Barra dos Coqueiros. No dia seguinte, mais um estava na mesma situação. Os corpos também foram encaminhados para a necropsia e os resultados ainda não foram divulgados.

Em 18 de novembro, também em Barra dos Coqueiros, mais um boto estava sem vida. Na avaliação, constatou-se que era um macho, adulto, medindo 1,89 metro e pesando 76,9 quilos. Porém, a carcaça estava em avançado estado de decomposição, o que impossibilitou a coleta de amostras e determinação da causa da morte.

A maioria dos encalhes está sendo de animais em avançado estado de decomposição, até pelas altas temperaturas, esse processo pós-morte é muito rápido, o que prejudica as investigações para cada indivíduo”, explicou Elaine.

Em caso de necessidade de resgate de mamíferos aquáticos, tartarugas e aves marinhas, debilitados ou mortos, o contato com a Fundação Mamíferos Aquáticos pode ser realizado pelo telefone 0800 079 3434.

Fonte: Fauna News

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