“Ser vegano”, logo, “Nossa, deve ser caro”.
Essa é o maior e mais constante mito quando se fala em veganismo. Mas vamos entender em detalhes técnicos e práticos.
O veganismo foi definido para nomear um estilo de vida que busca, na medida do possível e do praticável, excluir todas as formas de exploração animal. Como tudo nessa era, o veganismo também foi visto como uma oportunidade de lucro, dando abertura para a criação de alimentos industrializados/ultraprocessados que vem com a proposta de facilitar a rotina alimentar.
Mesmo sabendo que alternativas para facilitar a rotina nem sempre são sinônimo de saúde (tópico para outra matéria), esses alimentos ganharam força, conquistando espaço nas prateleiras de grandes redes de varejo e atacado. E foi justamente com base no preço desses produtos, que esse mito foi criado.
Quando comparamos unicamente o preço de um produto industrializado/ ultraprocessado de origem animal com o preço de um de origem vegetal, este será mais caro – generalizando, claro. Como alienação não é uma opção, pensemos nas variáveis que essa afirmação tem: essa comparação está sendo feita com base nos preços atuais e na região de São Paulo; uma alimentação saudável não deve se basear em alimentos industrializados/ ultraprocessados; o preço não é definido apenas pelo custo dos ingredientes em si, mas também na clássica lei da oferta e da demanda.
É importante termos ciência dessas variáveis para construirmos uma base sólida de raciocínio crítico e analisar conforme o cenário for mudando ao longo do tempo.
E começar no veganismo na alimentação, de forma saudável, pode ser mais simples do que você imagina: lembre-se a base sempre deverá ser com alimentos in natura ou minimamente processados (como, por exemplo, grãos). Além disso, é necessário aumentar o consumo de leguminosas, que é a categoria dos feijões, lentilha, grão de bico, soja (e suas variações, como o tofu) e também de vegetais, como legumes e verduras – sempre com foco na variedade.
Veja que são alimentos que se encontra em qualquer feira, sacolão ou mercado.
Como composição do prato, é recomendado 25% carboidratos (como o arroz), 25% proteínas (como feijão) e 50% vegetais (legumes e verduras).
É importante ressaltar que a vitamina B12 deve ser um exame a ser monitorado, mas não só por veganos.
Como dica extra, participar de eventos, encontros e feiras veganas é uma ótima oportunidade para experimentar as preparações, conhecer o público e desmistificar o movimento. Mas cuidado: “Não generalize ao experimentar um alimento, pois como na alimentação onívora, também existem preparações que não são bem feitas.”, ressalta a nutricionista Adrielle Borsarini vegana há mais de 8 anos.
O veganismo em essência não é um estilo de vida excludente, aliás, falando assim, parecem palavras completamente opostas. A libertação animal pode estar presente e ser escolhida por qualquer um e dizer que “é caro” parece só mais uma justificativa. Veganismo é um movimento inclusivo e se você se conecta e entende que a importância da libertação animal não é “só” para os animais e meio ambiente, mas também para todos, esse é o seu chamado!