Por Raquel Soldera (da Redação)

O senador chileno Fulvio Rossi pedirá ao Ministério Público nos próximos dias que seja formalizada a denúncia ao peão responsável por laçar e arrastar pela arena a ativista de 17 anos de idade, que participava de um protesto contra os rodeios que estavam sendo realizados no Estádio Nacional, em Santiago, no Chile.

Também será solicitada uma investigação do envolvimento dos demais participantes pelo fato de encorajarem a violência contra as ativistas.

Segundo informações do jornal La Tercera, o senador do Partido Socialista disse que o vídeo que circula em vários meios de comunicação não deixa dúvida alguma “sobre a intenção e o delito cometido pelo peão que laçou e agrediu de forma brutal esta jovem ativista que somente protestava contra os maus-tratos de animais”.

Ele acrescentou que neste caso “vemos um grupo de jovens que protestavam de forma pacífica contra os maus-tratos nos rodeios serem agredidos com o consentimento de todos os participantes que incitavam o peão a laçar a mulher. Alguns jovens receberam pisadas de cavalos. A jovem foi laçada e arrastada e, quando outra mulher quis ajudá-la, teve o mesmo destino”.

No vídeo também é possível ouvir o locutor oficial do rodeio incentivando que a jovem ativista fosse laçada e arrastada pelas arenas do recinto, dizendo “leve-a para fora, o esporte é nosso”.

O senador também considerou lamentáveis e inexplicáveis as explicações do diretor da Federação de Rodeio Chileno, Alfonso Rivas, que disse que o peão só poderia ser suspenso da Federação, já que “fez uma bobagem” e que justamente este tipo de incidente “é o que andam buscando essas crianças”, referindo-se aos ativistas.

“O Chile não é o Irã, não se pode laçar e arrastar mulheres como foi feito neste caso. É uma brutalidade, que esperamos que seja castigada e punida pela justiça”, enfatizou o senador Fulvio Rossi.

Pais da garota prestam queixa

Na tarde desta sexta-feira, 24, os pais da jovem Constanza, junto com os pais de outra adolescente que participou do evento, apresentaram queixa por lesão.

Segundo o médico da família, Constanza ficou com um tornozelo torcido e hematomas no braço esquerdo.

Não podemos permitir que práticas cruéis contra animais sejam mantidas sob a bandeira da “tradição”. A população precisa exigir que as autoridades proibam tais práticas. A legalização de atos cruéis com animais legitima a violência e a conivência com a brutalidade.