A causa animal obteve uma grande vitória nesta terça-feira (20): foi aprovado, no Senado, o texto substitutivo do PLC 70/2014 que visa proibir a experimentação animal para a fabricação de cosméticos no Brasil. A conquista contou com o apoio de uma grande mobilização popular. Mais de 1,6 milhão de assinaturas foram reunidas em uma petição, aberta na plataforma Change.org, e entregues ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, nessa terça.

“Mais de 1,6 milhão de pessoas querem um Brasil livre de testes em animais para cosméticos”, declarou a organização criadora da campanha “Liberte-se da Crueldade”, a ONG Te Protejo, que lidera a ação em parceria com a Humane Society International (HSI). Além de Pacheco, outros senadores também receberam cópias das assinaturas da petição.

Ativa no Brasil, a campanha também engaja apoiadores em outros países. No México, a causa obteve vitória em setembro do ano passado. Veja: http://change.org/SalveORalph.

Após essa aprovação unânime no Senado, o texto do PLC seguirá para a próxima instância legislativa, na Câmara dos Deputados, onde passará por análise em comissões. “Um grande passo para a proibição da experimentação em animais para cosméticos no Brasil em nível federal”, enfatizaram os organizadores da campanha, em agradecimento aos apoiadores.

Na semana passada, as pessoas que assinaram a petição online se uniram aos organizadores da mobilização em um tuitaço. Senadores e senadoras foram marcados em inúmeras mensagens no Twitter pedindo que eles incluíssem a discussão sobre as alterações do projeto de lei complementar (PLC) na pauta do plenário do Senado. A pressão deu certo.

“A pressão popular pela proibição da utilização de animais em testes para a indústria de produtos de higiene pessoal, cosmético e perfumes foi gigante para que o projeto fosse discutido e aprovado no Senado. Afinal, foram mais de 1 milhão e 600 mil assinaturas em defesa da vida dos animais. Essa batalha ainda não acabou e seguimos de olho! Esperamos que a discussão na Câmara seja célere e que a decisão final seja favorável ao apelo”, afirma Grégor Daflon, o analista de campanhas da Change.org que acompanha a mobilização.

Liberte-se da crueldade

Por acreditar que “a beleza não deveria custar tão caro”, a Humane Society International lidera ao redor do mundo a campanha #LiberteSeDaCrueldade. Neste momento, além do Brasil, ações legislativas similares estão sendo feitas em países como Chile, México, Estados Unidos, Canadá, África do Sul e também na região do sudeste asiático. A prática já foi proibida em quase 40 países, como Índia, Coreia do Sul, Guatemala, além da União Europeia.

A campanha “Liberte-se da Crueldade” lembra que realizar testes em animais não resultará em padrões de segurança menos eficazes ou em qualquer perda de inovação na área cosmética. “Não há absolutamente nenhuma razão pela qual animais deveriam continuar a sofrer e morrer em testes cosméticos”, enfatizam os organizadores no abaixo-assinado.

Um curta-metragem de Spencer Susser, lançado pela Humane Society International, faz parte da campanha. O filme denuncia o sofrimento dos animais submetidos a testes em empresas de cosméticos durante a fabricação de batons, desodorantes, rímeis e outros produtos. Em formato de animação, a peça tem como protagonista o coelho Ralph.

O curta-metragem, que tem quatro minutos de duração e versões em inglês e português, mostra um dia da rotina de Ralph. Enquanto escova os dentes e toma café da manhã, o coelho vai contando sobre sua profissão de cobaia. A versão brasileira possui dublagem do ator Rodrigo Santoro e, a norte-americana, do também ator e cantor Zac Efron.