O Senado do México aprovou na quinta-feira (2) um projeto de lei que proíbe a exploração de animais em testes para cosméticos. A proposta, aprovada por unanimidade, poderá levar o México a conquistar o título de primeiro país da América do Norte e 41º do mundo a proibir esses experimentos cruéis.
Ao comentar a aprovação do projeto, o diretor executivo da Humane Society Internacional/México, Antón Aguilar, comemorou o resultado da votação. “Estamos entusiasmados em ver o México se tornar o primeiro país da América do Norte a proibir os testes de cosméticos em animais. Parabenizamos o senador Ricardo Monreal, principal patrocinador do projeto de lei, e todos os congressistas que votaram pelo fim desses testes”, disse.
Recentemente, a HSI lançou a campanha “Save Ralph” para comover a sociedade sobre o sofrimento dos animais explorados em experimentos. No vídeo, um coelho mostra a realidade dos testes. Dubladora do personagem da campanha na versão espanhola, a atriz Rosario Dawson parabenizou o Senado mexicano. “Agradecemos ao governo mexicano por mostrar liderança nesta importante questão e continuaremos a trabalhar em parceria para implementar mudanças e garantir o cumprimento da proibição”, disse.
“É um passo extraordinário para os animais, consumidores e para a ciência, e esta legislação inovadora abre caminho para que as Américas se tornem o próximo mercado de beleza livre de crueldade. Também é um salto que nos aproxima de uma proibição global”, completou.
Salve o Ralph e a crueldade dos testes em animais
A Humane Society International (HSI) convidou famosos – dentre eles, o ator brasileiro Rodrigo Santoro – para dublar personagens de uma animação, denominada “Save Ralph” (Salve o Ralph, em português), que integra uma campanha da instituição contra os testes em animais para cosméticos.
O curta-metragem conta a história de um coelho explorado em testes. Durante o filme, Ralph, como é chamado o animal, aparece com os olhos feridos, sofre um ferimento grave nas costas e fica cego. Todo esse sofrimento é decorrente dos testes em animais.
No decorrer do vídeo, Ralph conta que, além dele, todos os membros de sua família também foram explorados em experimentos – e acabaram mortos. Ao final da animação, a HSI reforça que “nenhum animal deve sofrer e morrer em nome da beleza”.
A campanha – que conta com a participação de cineastas e outras estrelas do cinema, como Taika Waititi, Ricky Gervais, Zac Efron, Olivia Munn, Pom Klementieff e Tricia Helfe, além do brasileiro Rodrigo Santoro -, tem o objetivo de sensibilizar consumidores – para que parem de comprar produtos testados em animais – e políticos – na intenção de que os governantes se conscientizem e proíbam a exploração animal em experimentos realizados pela indústria cosmética.
A voz do protagonista, Ralph, é dublada pelo ator e escritor Taika Waititi, que se aliou aos ativistas para lutar contra a crueldade promovida contra os animais dentro de laboratórios. “Se você não assistir e amar, então você odeia animais e não podemos mais ser amigos. #SaveRalph”, escreveu Taika Waititi no Twitter ao divulgar o curta-metragem.
Na opinião do roteirista e diretor Spencer Susser, é responsabilidade de toda a sociedade agir contra os testes em animais para cosméticos. Ele revelou que, ao surgir a oportunidade de criar uma nova campanha para a Humane Society International, sentiu “que o stop motion era a maneira perfeita de transmitir a mensagem”.
Embora tenham sido proibidos em 40 países, os testes em animais para cosméticos ainda são realizados em muitas nações, incluindo o Brasil – que proibiu essa prática apenas em algumas localidades, como o estado de São Paulo. Na União Europeia, a experimentação realizada pela indústria cosmética também explora animais, submetendo-os a extremo sofrimento, o que é repudiado pelo vice-presidente de pesquisa e toxicologia da HSI, Troy Seidle.
“Save Ralph é um alerta para os cidadãos e legisladores europeus que avice-presidente de pesquisa e toxicologia da HSIcreditam que os testes de cosméticos em animais acabaram na UE. Não é – apenas recebeu um novo nome de ‘avaliação de produtos químicos’, mas é o mesmo velho sofrimento animal”, disse Seidle.
Confira o curta-metragem: