Por Lobo Pasolini (da Redação)
Talvez o mundo da moda, ou melhor, o mundo como um todo, deva parar de apontar o dedo para o estilista Galliano e olhar para dentro de sua própria alma cruel.
Uma matéria no jornal financeiro Financial Times foca no uso de peles em Milão. Elas estão em toda a parte, usadas por grifes com Versace, Armani, Gucci, Prada, Bally, Ballantyne, Jimmy Choo e praticamente todas as outras.
Segundo um executivo, o uso de peles é pela sua “percepção de valor. As marcas querem mostrar aos seus clientes o que eles estão pagando e essa é uma forma de fazê-lo: investir pesado em materiais”. Ou seja, dinheiro às custas do sangue alheio.
O artigo diz que as grifes não estão preocupadas com a retaliação de grupos de direitos de animais como PETA e da torcida de nariz de estrelas como Natalie Portman e Emma Watson.
A arrogância é realmente assustadora e a hipocrisia também. Acusar o estilista Galliano de fascismo por causa de uma estupidez dita sob o efeito de álcool enquanto se matam animais por sua pele é de uma miopia moral absurda e enojante. Não é o que se diz que conta, mas o que se faz. E no momento o mundo da moda está fazendo muito feio. Inclusive a Dior, onde Galliano trabalhava.