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AVANÇO

Semana de Moda de Londres proíbe peles de animais exóticos em seus desfiles a partir de 2025

Entre as quatro principais semanas de moda, Londres é primeira a tomar a decisão; peças feitas de pelo já são banidas no país

29 de novembro de 2024
Júlia Zanluchi
3 min. de leitura
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Foto: Guy Bell/Rex/Shutterstock

A Semana de Moda de Londres se tornou a primeira das quatro principais semanas de moda a banir peles exóticas de animais dos desfiles a partir de 2025 – o maior evento da indústria a tomar essa decisão. Todos os designers que apresentarem seus desfiles no evento deverão se comprometer a abandonar o uso de peles de animais como crocodilos, jacarés e cobras em suas coleções.

O banimento foi anunciado por David Leigh-Pemberton, diretor adjunto de políticas e engajamento do British Fashion Council (BFC), em um discurso no parlamento nesta semana.

A medida segue a proibição de peles, inicialmente prometida pela diretora-executiva do BFC, Caroline Rush, em 2018, e formalmente implementada em dezembro de 2023.

Dentro das “quatro grandes” semanas de moda – Nova York, Londres, Milão e Paris – a capital britânica tem sido mais progressista no que diz respeito ao uso de materiais de origem animal. Londres foi a primeira a banir peles e agora é a primeira a proibir peles exóticas, seguindo o exemplo de eventos menores, mas crescentemente influentes, como as semanas de moda de Melbourne e Copenhague. Em contraste, peles ainda são vistas em desfiles em Milão e Paris.

Ativistas pelos direitos animais comemoraram o avanço. “Celebramos este progresso importante”, disse Emma Håkansson, diretora fundadora da Collective Fashion Justice.

A Dra. Charlotte Regan, gerente de campanhas de vida selvagem da World Animal Protection UK, afirmou que o anúncio envia uma mensagem importante à indústria global da moda de que explorar animais por suas peles é tanto antiético quanto desnecessário. “Milhões de animais continuam a sofrer e morrer pela moda, enquanto há tantos materiais inovadores e emocionantes, amigáveis aos animais, que designers e empresas de moda podem escolher para criar suas peças”, declarou Regan.

Os ativistas também defendem o banimento de penas, que às vezes são “arrancadas a sangue-frio” de aves vivas, causando dor e sofrimento. “Com a proibição de peles e agora de peles de animais selvagens na Semana de Moda de Londres, nossa atenção se volta para o uso de penas de aves selvagens na moda. Estamos ansiosos para trabalhar com o British Fashion Council no último passo dessa jornada para se tornar um evento completamente livre de produtos da vida selvagem”, acrescentou Regan.

A Semana de Moda de Copenhague anunciou em abril que proibirá o uso de penas em seus desfiles a partir de 2025.

A Semana de Moda de Londres é amplamente dominada por designers emergentes, o que pode facilitar a implementação da proibição, segundo o site Business of Fashion, já que são as grandes marcas de artigos de couro que costumam usar mais peles exóticas em suas coleções.

O uso de penas pode demorar mais para acabar, pois é mais difícil distinguir entre penas reais e sintéticas. Em 2023, foi descoberto que varejistas do país rotulavam erroneamente penas reais como falsas.

Um comunicado de imprensa do British Fashion Council descreveu o banimento como parte de um conjunto mais amplo de padrões sob o Instituto de Moda Positiva da organização, que trabalha em programas sociais, ambientais e de sustentabilidade, refletindo, em parte, as mudanças de percepção na indústria da moda em Londres.

“Sabemos que muitos de nossos designers têm uma forte ética e estão trabalhando em práticas mais sustentáveis e medições precisas”, dizia o comunicado. “Estamos comprometidos em fornecer à nossa rede ferramentas e recursos para ajudá-los nessa jornada. Como parte disso, estão sendo realizadas discussões sobre o uso de penas nas passarelas.”

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