O Credit Suisse Research Institute divulga hoje um estudo realizado pelo Center for Sustainability intitulado “Plastic pollution: Pathways to net zero”, onde explora os benefícios e os custos do plástico nos pilares ambiental, social e de biodiversidade.
Segundo o estudo do Credit Suisse Research Institute e da equipa de Sustentabilidade Global do Banco, a utilização de plástico “ultrapassou drasticamente o crescimento do PIB e da população ao longo de um período de 60 anos, sendo necessário cada vez mais plástico para acrescentar cada dólar adicional ao PIB”.
Além disso, a “intensidade do plástico no PIB disparou entre 1960 e 2020, com a utilização de plástico a aumentar quase 5000%, enquanto o PIB real cresceu cerca de 650% e a população mundial aumentou cerca de 160%”.
O Credit Suisse Research Institute e a equipa de Sustentabilidade Global do Banco explicam que esta investigação aplicou pela primeira vez à utilização de plástico o modelo Kaya Identity, que é utilizado para determinar os fatores demográficos, económicos e sociais das emissões de gases com efeito de estufa. A Kaya Identity de Utilização de Plástico do Credit Suisse “demonstra de forma conclusiva que o crescimento económico global tem sido fortemente dependente do plástico”.
Num cenário de referência que prolonga as tendências atuais e não pressupõe medidas políticas adicionais, esperam que os resíduos plásticos anuais “quase dupliquem de aproximadamente 350 milhões de toneladas métricas para cerca de 670 milhões de toneladas métricas até 2060”.
No entanto, acrescentam, “os resíduos de plástico mal geridos aumentam numa proporção menor – de aproximadamente 80 milhões de toneladas métricas para pouco mais de 100 milhões de toneladas métricas”.
“Podemos visualizar os motores desta evolução através da Identidade Kaya de Plástico, que revela que, segundo este modelo, o PIB per capita é o parâmetro mais significativo no aumento projetado da poluição por plásticos”, afirmam.
Um outro ponto chave do relatório é que, depois de atualizarem a conhecida declaração de 2016 de um documento da Fundação Ellen MacArthur segundo a qual, em 2050, haveria mais toneladas de plástico do que peixes no mar e com o conjunto de dados revisto, fazem “uma afirmação interessante – embora menos sensacionalista – de que, sem uma ação política adicional até 2060, poderá haver mais toneladas de plástico do que biomassa de baleias no mar”.
O estudo, disponível online, surge na sequência da segunda sessão da United Nations Intergovernmental Negotiating Committee que está atualmente a decorrer em Paris para desenvolver um instrumento internacional juridicamente vinculativo sobre a poluição causada pelos plásticos. As negociações para um tratado global sobre plásticos “poderão produzir a proposta multilateral mais significativa centrada na sustentabilidade desde o Acordo de Paris em 2015”. As observações finais e a adoção do relatório desta sessão estão previstas para 2 de junho de 2023.
Fonte: Green Savers