“Apagão científico”, esse foi o nome usado para classificar o que pode acontecer caso o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) tenha que desligar o supercomputador Tupã, usado para analisar dados meteorológicos e climáticos no Brasil. Esse risco se torna cada vez mais palpável por conta da falta de recursos financeiros do instituto.
Diversos centros de monitoramento meteorológico dependem do supercomputador, dentre eles o CENAD e o CEMADEN. Além disso, o Tupã também é fundamental para gerar informações para a Agência Nacional de Águas (ANA), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e os ministérios da Agricultura e de Minas e Energia.
Conforme pontuado pelo Clima Info, “ironicamente, o possível desligamento do Tupã acontece em meio à pior crise hídrica vivida pelo país em nove décadas, a qual ameaça prejudicar a capacidade de geração de eletricidade”.
Essa crise está diretamente ligada às mudanças climáticas, que por sua vez estão ligadas ao desmatamento causado, em sua maioria, pela agropecuária, que desmata florestas para transformá-las em pasto para animais explorados para consumo humano.
Dentre as consequências do desligamento do supercomputador, está o prejuízo à agricultura, que terá o planejamento de plantio e colheira prejudicado. Os pequenos produtores rurais serão os mais afetados.
Anualmente, para manter o supercomputador Tupã em funcionamento são investidos R$ 5 milhões para arcar com os custos decorrentes do uso de energia elétrica. Mais R$ 1 milhão é usado para garantir a manutenção do equipamento.
Conforme alertado pelo INPE, se não houver complementação orçamentária, o supercomputador poderá ser desligado no próximo mês.