Estudo divulgado esta semana pela pela organização WRI Brasil, em parceria com a The New Climate Economy e mais de 75 pesquisadores e organizações de diferentes regiões do país, mostra que a Amazônia Legal cresce mais se for mantida em pé. Desmatamento zero, agropecuária de baixa emissão de carbono e matriz energética apoiada em energia solar poderão gerar crescimento econômico maior, mais qualificado e inclusivo até 2050, concluem.
Intitulado Nova Economia da Amazônia (NEA-BR), o estudo mostra que, neste cenário, em três décadas a economia da região teria um saldo de 312 mil empregos a mais e geraria um PIB regional de pelo menos R$ 40 bilhões a mais a cada ano a partir da metade do século.
Serão 81 milhões de hectares de florestas adicionais e estoque de carbono 19% maior em comparação com o modelo atual de desenvolvimento baseado em atividades intensivas em desmatamento e emissões. Ao final de 2050, o PIB da Amazônia Legal seria de R$ 1,34 trilhão, com 23,2 milhões de empregos, diz o trabalho.
“Esse formato, que tornará a Amazônia a grande catalisadora da descarbonização de toda a economia brasileira, é, sem dúvida, a maior oportunidade de desenvolvimento econômico e social da história contemporânea do país”, diz Rafael Feltran-Barbieri, economista sênior do WRI Brasil e um dos autores do estudo.
Além do crescimento econômico e da geração de empregos para a população local, a reestruturação da economia proposta no relatório permite que o Brasil atinja a meta de manter as emissões acumuladas líquidas, entre 2020 e 2050, em 7,7 GtCO2 – patamar necessário para o cumprimento dos compromissos assinados pelo Brasil no Acordo de Paris, mostra o trabalho.
Custos da economia verde
Os investimentos necessários para financiar essa Nova Economia da Amazônia foram estimados em 1,8% do PIB nacional ao ano, contra 1% ao ano na manutenção do crescimento baseado na lógica econômica atual.
A diferença entre os investimentos necessários para financiar a Nova Economia da Amazônia ou manter o crescimento referencial foi calculada em R$ 2,56 trilhões, sendo R$ 152 bilhões a mais para a agricultura, R$ 290 bilhões adicionais à pecuária, R$ 217 bilhões para bioeconomia e restauração florestal, além de R$ 410 bilhões nas mudanças na matriz energética e outros R$ 1,49 trilhão em infraestruturas induzidas.
Por outro lado, o custo de não fazer a transição para a NEA pode ser muito mais alto. Segundo o trabalho, o contexto de eventos extremos e impactos agudos das mudanças climáticas podem causar prejuízos mais de duas vezes maiores – mais de R$ 5 trilhões.
Fonte: oeco