Mesmo pronto, mas ainda sem uma data para começar a funcionar, o Hospital Público Veterinário de Ribeirão Preto (SP) poderia atender, gratuitamente, pelo menos 40 animais por dia.
A expectativa era de que a unidade, instalada no bairro José Sampaio, zona Norte da cidade, abrisse as portas no segundo semestre deste ano, o que não aconteceu.
Segundo a Prefeitura de Ribeirão Preto, o início das atividades ainda depende da contratação de uma Organização da Sociedade Civil (OSC) responsável pelo Hospital Veterinário, mas o edital ainda não foi publicado.
A medida foi necessária depois que o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo suspendeu o documento anterior, em setembro deste ano, e pediu ajustes.
Enquanto isso, protetores e associações que cuidam de animais resgatados arcam com consultas particulares e acumulam dívidas por conta dos atendimentos.
A Associação Amigos dos Animais, por exemplo, cuida de 100 cães. Segundo Virgílio Martins, fundador da ONG, os custos para manter um animal saudável giram entre R$ 800 a R$ 1 mil. Se o animal tem algum problema de saúde, estes valores são ainda maiores.
“Todos os protetores, todas as ONGs estão endividadas, porque a gente tira do próprio bolso, a gente vive de doação 100%, mas, muitas vezes, não dá conta. A gente fica endividado com clínicas veterinárias, com casas de rações, porque a gente não tem uma política pública de animais na cidade, que é uma castração, um exame de sangue, as coisas básicas que o município deveria oferecer”.
O Hospital Veterinário está pronto desde 2023 e a data de inauguração já foi adiada por pelo menos duas vezes, frustrando as expectativas de protetores independentes e entidades.
“Nós, voluntários, sofremos a cada dia com essa questão de não termos mais condições psicológicas nem financeiras para poder acolher a demanda de animais que estão nas ruas”, diz Edna Fernandes, protetora independente.
O investimento total no projeto chega a R$ 8 milhões, com R$ 1,3 milhão destinados exclusivamente à recuperação do prédio, após furtos e ações de vândalos.
A unidade faz parte do programa estadual Meu Pet, e tem como objetivo oferecer atendimento gratuito a cães e gatos, incluindo consultas, medicação, tratamentos de urgência e emergência, exames, radiografias, ultrassonografias e até cirurgias de baixa e média complexidade.
“Quando passamos por aqui e vemos essas portas fechadas, é muito triste, porque tem muitos animais nas ruas que morrem todos os dias por falta de ter um acompanhamento, uma clínica que nos dê suporte”, lamenta Edna.
Fonte: G1