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DESTRUIÇÃO

Seis espécies de tartarugas que vivem na Amazônia estão ameaçadas de extinção pela caça

31 de janeiro de 2024
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Das 21 espécies de tartarugas que vivem na Amazônia, seis estão ameaçadas de extinção pela caça, e a seca severa na região Norte em 2023 foi mais um obstáculo no trabalho de preservação desses animais.

O dia amanhece e as embarcações partem do município de Novo Airão até a base do Parque Nacional do Jaú, uma unidade de conservação federal no meio da floresta amazônica. A viagem é de 2h30 em lancha rápida.

No local acontece o primeiro contato com cinco espécies de quelônios, do grupo que inclui as tartarugas, os jabutis e os cágados. Em setembro de 2023, os ovos foram coletados das praias para evitar predadores.

Jonilton é monitor voluntário há dois anos e enfrentou a dificuldade de manter o programa durante a seca. A quantidade de filhotes foi menor que do ano passado.

“A estiagem foi severa. Eu acredito que, com o baixar das águas muito rápido, aquilo atrapalhou com que elas fizessem a desova delas no tempo certo”, diz.

O programa de monitoramento existe há dez anos. É uma iniciativa do ICMBio, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, e da organização sem fins lucrativos WCS Brasil, em parceria com a agência dos Estados Unidos para o desenvolvimento internacional.

“Uma coisa que já é uma certeza é que não se faz conservação na Amazônia sem envolver as populações locais, por toda a complexidade e pela necessidade de acessar também esse conhecimento tradicional que as populações já tem”, diz Marcos Amend, diretor de conservação da WCS Brasil.

São as crianças que conduzem o momento da soltura, uma festa para a pequena Ariela.

“É muito importante os pais incentivarem que as crianças tenham contato direto com a natureza para que elas possam criar valores de proteção, de preservação e de cuidado com o ambiente e com os animais”, afirma Huelinton Ferreira, analista ambiental do ICMBio.

As que ficam para trás recebem a ajuda de quem acompanha o momento da soltura. A ideia é que todos ajudem a indicar a direção correta e que elas consigam achar um novo lar.

Apesar de na natureza os filhotes nascerem em praia, a área da soltura foi na beira do rio para aumentar as chances de sobrevivência. Ainda assim, menos de 1% desses filhotes vai chegar à vida adulta.

“800 filhotes não são muitos. A gente costuma dizer que vai chegar à vida adulta dois, três, no máximo, porque a estratégia da tartaruga é isso: elas colocam muitos ovos e poucas vão chegar à vida adulta”, explica Camila Ferrara, especialista em quelônios da WCS.

“Eu vinha ali na voadeira e vinha pensando no momento que eles estavam tudo indo para dentro da água. Um filme na minha cabeça assim, né? Agora, eu posso passar a preservar mais a nossa natureza, na nossa Amazônia, que é maravilhosa. Então, passar a cuidar mais das coisas que é da gente, daqui da Amazônia. Foi muito bom, muito bom mesmo”, relata uma das pessoas que participaram da soltura.

Fonte: G1 

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