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Segundo estudioso, pássaros despertam consciência ecológica

1 de junho de 2010
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Curtir o voo de um pássaro, ouvir seu cantar e descobrir suas cores. Mais do que isso, fotografar os passarinhos e depois buscar saber o nome deles e como vivem. Observar as diversas espécies de aves, sem interesse em caçá-las ou capturá-las, é uma forma de se encontrar harmoniosamente com o ambiente. Faz bem à alma e à natureza. Essa é uma prática ainda pouca difundida em Cuiabá (PR), como esporte, mas basta ficar em silêncio por alguns momentos nos quintais, parques ou até mesmo nas calçadas, para bater os olhos em alguma ave ou ouvir os sons desses bichinhos.

Mesmo com uma perda de 86% de sua cobertura vegetal, Cuiabá ainda tem 250 espécies de aves sobrevoando áreas verdes como os parques Mãe Bonifácia, Zé Bolo Flô, Horto Florestal, Tia Nair e Massairo Okamura ou então nos quintas e pequenas matas ainda existentes nos bairros Santa Cruz, Jardim Universitário, Recanto dos Pássaros, Lixeira, Dispraiado e em toda a região no entorno das matas dos rios Coxipó e Cuiabá.

O professor de zoologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Dalci Oliveira, defende que uma das melhores práticas de educação ambiental e de relaxamento com baixo custo é observação de aves. “Ao caminhar observando a natureza, ouvindo pássaros e procurando os pequenos animais pelas árvores, a pessoa relaxa a mente, reduz o estresse do dia a dia”, comenta. Nem mesmo o barulho produzido pela cidade afasta as aves, mas para vê-los mais perto é melhor caminhar vagarosamente e em silêncio. A atividade pode ser feita por pessoas de todas as idades no início e final da manhã, quando o calor é mais ameno e é possível passear ao ar livre. Ao amanhecer, os pássaros estão em plena atividade e no entardecer retornam para os dormitórios.

Dalci conta que as espécies mais comuns na cidade são joão-de-barro (Furnarius rufus), sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris), anacocá (Thamnophilus doliatus), coruja-buraqueira (Athene cunicularia), garça-branca grande (Egretta alba), bico-de-agulha (Galbula ruficauda), chora-chuva (Monasa nigrifrons) e periquito-rei (Aratinga aurea).

Na região da Guia, podem-se avistar aves do Pantanal como cabeça-seca (Mycteria americana), gavião-belo (Busarellus nigricollis) e espécies aquáticas migratórias como massaricos, que também podem ser vistos no Horto Florestal entre os meses de outubro a março, oriundos da América do Norte. O melhor período para a observação é agora, final do período chuvoso, quando muitas espécies estão fazendo ninhos e alimentando filhotes.

Para se ter certeza do nome da ave e outras curiosidades sobre o comportamento dela, recomenda-se anotar as cores, formato do bico ou até mesmo fotografar e gravar o som. Depois disso basta consultar os mais variados sites sobre o assunto. O do Sesc Pantanal (www.avespantanal.com.br) é um dos mais completos guias das aves da região. Para descobrir informações sobre canto dos pássaros, a dica é o site www.xeno-canto.org.

Fonte: Gazeta Digital

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